Se você usa uma dessas 6 gírias, parabéns: sua alma é 100% goiana
Expressões como “bão demais” e “só o pó da rabiola” não são só falares típicos: são símbolos de uma cultura viva

Dá para saber de onde alguém é só pelo jeito de falar. E se, no meio de uma conversa, você solta um “ô trem bão!”, um “num guento não” ou diz que está “só o pó da rabiola”, pode ter certeza: sua alma tem endereço certo, com CEP no coração do Brasil.
O vocabulário goiano é uma joia linguística. Ele surgiu da mistura de povos que formaram Goiás desde os tempos das bandeiras paulistas, no século XVIII. Com a interiorização do país e o isolamento geográfico da região por muitos anos, o estado desenvolveu um sotaque próprio e um repertório de expressões que só fazem sentido por aqui, ou melhor dizendo, que fazem todo o sentido para quem sente Goiás de verdade.
O Cerrado, o calor seco, a rotina das cidades médias e a tradição rural moldaram não só o modo de viver, mas o de falar. E esse modo de falar é cheio de cor, afeto e criatividade. As gírias goianas não seguem regras formais, mas obedecem a uma lógica afetiva: elas nomeiam sensações, situações e objetos com um sabor que nenhum dicionário consegue capturar.
A seguir, listamos seis dessas gírias que não deixam dúvidas: quem fala assim, tem a alma 100% goiana, mesmo que tenha nascido em outro canto do país.
Se você usa uma dessas 6 gírias, parabéns: sua alma é 100% goiana
1. “Bão”
Essa é básica, essencial.
Em Goiás, ninguém diz “bom”. É bão mesmo, com o “a” esticado e o “o” quase sumido. Serve pra comida, pra notícia, pra conversa. Quando vem acompanhado de “demais da conta”, aí é certeza: bateu a goianidade.
2. “Trem”
Se Minas usa, Goiás assina embaixo, com uma diferença: aqui o trem é ainda mais coringa.
Pode ser qualquer coisa: objeto, problema, comida, pessoa. “Que trem esquisito”, “passa aquele trem ali”, “esse trem tá caro”. Se você usa “trem” pra tudo, parabéns: já é goiano por direito.
3. “Sô”
É quase uma pontuação falada. Vai no fim das frases, com diferentes entonações, e serve pra chamar atenção, expressar surpresa ou dar ênfase. “Ô sô, cê viu aquilo?” ou “Num guento não, sô!”. Curto, direto e cheio de personalidade.
4. “Só o pó da rabiola”
Poética, exagerada e perfeita.
Essa gíria é usada para expressar cansaço extremo: o fim da linha. A rabiola é aquela parte final da pipa, e quando só sobra o pó, é porque a situação não tá fácil.
5. “Num guento não”
Expressão de quando a emoção bate forte.
Pode ser diante de uma fofura, de uma piada boa demais ou de uma situação surpreendente. O goiano sente com intensidade, e fala do mesmo jeito.
6. “Arreda”
Pouco usada no resto do Brasil, essa é do vocabulário afetivo do Cerrado.
“Arreda aí” quer dizer: sai, afasta, empurra. Simples, útil e cheia de história.
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