Juíza reconhece que Jordane Mota pode ter forjado prova e revoga não só a prisão de Lucas Bandeira, mas também as protetivas contra o PM
Magistrada apontou que a advogada já anda com seguranças e que o Judiciário pode estar sendo usado como objeto de vingança por parte da influencer

Uma reviravolta marcou o caso de grande repercussão envolvendo advogada e influenciadora digital Jordane Mota e o policial militar Lucas Bandeira. Em uma nova decisão, a Justiça de Goiás não apenas revogou a prisão preventiva do PM, mas também as medidas protetivas que haviam sido impostas contra ele. A determinação partiu da juíza Hanna Lídia Rodrigues Paz Cândido, do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Goiânia.
A magistrada baseou sua decisão em um estudo psicossocial que apontou a inexistência de uma situação de risco real para Jordane. Um dos pontos centrais da decisão é a suspeita de que as provas que levaram à prisão de Lucas, como supostas ligações ameaçadoras, possam ter sido forjadas. A juíza destacou que não há constatação de que as chamadas tenham sido, de fato, efetuadas pelo policial.
O relatório técnico anexado ao processo levanta a possibilidade de que as ligações poderiam ter sido realizadas por “outros desafetos da ofendida”. Isso se deve ao fato de Jordane atuar como advogada em causas agrárias e criminais de grande visibilidade, o que, segundo o documento, a expõe a inimizades que poderiam motivar tais atos.
A decisão judicial ressalta que a mera alegação de ameaça, desacompanhada de elementos objetivos e robustos, não é suficiente para justificar a privação de liberdade. A juíza afirmou que a prisão preventiva é uma medida extrema e que, no caso em questão, não ficou demonstrada a gravidade concreta da conduta atribuída a Lucas Bandeira.
Outro fator crucial foi a constatação de que Jordane Mota já conta com um forte esquema de segurança pessoal. O estudo psicossocial verificou que a advogada “está sempre sob proteção de segurança armada constante”, o que, segundo a magistrada, mitiga os riscos e torna a manutenção das medidas protetivas desnecessária.
A juíza Hanna Lídia Rodrigues Paz Cândido também advertiu sobre a possibilidade de o sistema judiciário estar sendo instrumentalizado para fins pessoais. O relatório técnico sugere que o caso pode envolver “inveja, vingança, extorsão” e que a ampla exposição midiática, potencializada pela existência de Inteligência Artificial capaz de criar mídias falsas, trouxe prejuízos para ambos os envolvidos.
O caso veio a público em janeiro de 2025, quando Jordane usou as redes sociais para acusar Lucas Bandeira, então seu namorado, de traição e agressão. A exposição gerou enorme polêmica e uma série de desdobramentos judiciais, incluindo o pedido de prisão do PM, que foi cumprido no início de agosto.
Com a nova decisão, Lucas Bandeira foi colocado em liberdade. A juíza, no entanto, ressaltou que Jordane Mota tem o direito de renovar o pedido de proteção legal a qualquer momento, caso surjam novos fatos que justifiquem a medida. O processo foi extinto sem resolução de mérito.

Alan Araújo Dias é advogado que representa defesa de Lucas Bandeira. (Foto: Arquivo Pessoal)
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