Aluna de medicina da UniEVANGÉLICA está sendo perseguida por colega insatisfeito
Instituição se manifestou. Crime de perseguição, conhecido como stalking, é punível com reclusão de 6 meses a 2 anos no Brasil desde 2021

Uma estudante de Medicina da UniEVANGÉLICA, em Anápolis, relata dias de angústia e medo, afirmando ser vítima de uma perseguição implacável de um colega da mesma instituição.
A situação teria começado após o rapaz ter sua entrada negada em uma organização estudantil da qual a vítima faz parte.
O agressor foi identificado como João Vitor Rodrigues Mendes. A coluna Rápidas teve acesso a prints de grupos que mostram um comportamento claramente inadequado do estudante, também conhecido pelo apelido de “Robá”.
Em uma das conversas, ele exibe uma preocupante sensação de impunidade, dizendo: “A liberdade de conseguir falar o que eu quero e saber que nada vai ser feito comigo não tem preço”.
Assédio constante e ameaças contra a colega de curso
Segundo a estudante, que preferiu não se identificar por segurança, o que começou como um descontentamento evoluiu para um assédio constante. Ela afirma que o aluno a persegue nos corredores da faculdade, em eventos sociais e até em treinos esportivos.
A situação se tornou tão insustentável que ela se sente forçada a evitar locais que costumava frequentar.
“Ele disse que eu iria pagar por não aceitá-lo”, conta a vítima, referindo-se ao momento da rejeição. Desde então, a perseguição se manifesta em fofocas, provocações e uma postura que ela descreve como “ríspida e agressiva”, gerando um clima de intimidação que afeta sua vida acadêmica e social.
Em um episódio, ela relata ter sido seguida até o elevador do prédio onde sua namorada mora, sendo questionada de forma incisiva sobre o que fazia ali.
Agressor se defende com diagnóstico de autismo
Procurado pela coluna Rápidas, João Vitor Rodrigues Mendes negou as acusações e questionou se o Portal 6 estaria “falando com a pessoa certa”.
Ele afirmou desconhecer os fatos e ameaçou o site caso o nome dele fosse publicado. “Caso saia algo no meu nome não serei passivo quanto a minha imagem”, sustentou.
Em sua defesa, o estudante usou seu diagnóstico de autismo nível 2 de suporte como um “escudo”.
“Eu tenho diagnóstico fechado de autismo suporte nível 2, por favor não façam nada com meu nome porque isso me desequilibra e meu semestre acabou de começar na faculdade. Não quero meu nome sujo no meio social”, pediu.
A estratégia de usar a condição neurológica como proteção para comportamentos inadequados é vista por especialistas como uma distorção do real propósito do diagnóstico.
Vale ressaltar que o crime de perseguição, conhecido como stalking, é punível com reclusão de seis meses a dois anos no Brasil desde 2021 (Lei nº 14.132).
O que diz a UniEVANGÉLICA
A UniEVANGÉLICA foi contatada e se posicionou, esclarecendo que as organizações estudantis são independentes e possuem autonomia administrativa, não cabendo à instituição gerir diretamente suas atividades.
Apesar disso, a universidade afirmou seu “compromisso em zelar pelo bem-estar e pela segurança de toda a comunidade acadêmica”.
*Colaborou Danilo Boaventura