Um chamado do Cerrado para todos nós

Preservar o Cerrado é preservar nossa cultura, nossa história e a vida que queremos deixar para as próximas gerações

Antônio Gomide Antônio Gomide -
Um chamado do Cerrado para todos nós
(Foto: Igor Caldas/Alego)

O Dia do Cerrado, celebrado em 11 de setembro, nos convida a refletir sobre a importância desse bioma essencial para a vida de todos. Em especial, nós, goianos.

Em agosto, Goiânia sediou o Seminário Encruzilhada no Cerrado – Diálogos sobre Sustentabilidade. O encontro reuniu pesquisadores da Fiocruz, UFG, UEG e PUC-GO, que foi a anfitriã do evento.

Ali, ficou evidente a grandeza do Cerrado. Esse bioma responde por 5% da biodiversidade do planeta e ocupa 23,9% do território nacional. São cerca de 6 mil espécies de plantas nativas.

É também o berço das águas. Do Cerrado nascem as bacias Amazônica, São Francisco e Prata, além de aquíferos como Guarani, Bambuí e Urucuia. Sem Cerrado não há água, e sem água não há vida.

O Cerrado é casa de povos há pelo menos 13 mil anos. Povos indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, ribeirinhos, apanhadoras de flores sempre-vivas e tantas outras comunidades formam uma sociobiodiversidade única.

Apesar disso, o Cerrado segue como o bioma mais agredido do Brasil. Sem a proteção constitucional dada à Amazônia, ao Pantanal e à Mata Atlântica, sofre com o desmatamento, a mineração e as queimadas, como as que atingem a Chapada dos Veadeiros.

Pesquisadores alertam que, em um cenário pessimista, o Cerrado pode desaparecer em 25 anos. No cenário otimista, pode se tornar exemplo de sustentabilidade, desde que apostemos em educação ambiental, agroflorestas, agricultura de baixo impacto e programas de preservação com pagamento por serviços ambientais.

Em Goiás, temos bons exemplos. São 13 parques estaduais, dois federais e dezenas de áreas de preservação em cidades como Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia.

Projetos como o Sementes do Cerrado, parceria entre a Alego e a PUC-GO, mostram o valor da educação ambiental. Ao levar estudantes ao Memorial do Cerrado, despertam o cuidado com a natureza e a responsabilidade de preservá-la.

Preservar o Cerrado é preservar nossa cultura, nossa história e a vida que queremos deixar para as próximas gerações.

Por isso, realizaremos uma audiência pública no dia 11 de setembro, às 14h, na Assembleia Legislativa de Goiás. Será um espaço aberto de diálogo e mobilização, onde cada voz pode se somar à defesa do Cerrado.

Que essa data inspire uma nova atitude: cuidar da nossa casa comum com a seriedade e a urgência que ela exige.

Antônio Gomide

Antônio Gomide

Atualmente, é deputado estadual pelo PT em segundo mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Foi prefeito de Anápolis por duas vezes e vereador na cidade por quatro vezes. Escreve sempre às segundas-feiras.

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