Justiça do Trabalho condena Bradesco a pagar mais de R$ 1 milhão a funcionário após 30 anos de serviço e diagnóstico de LER/DORT
Decisão reconhece doença ocupacional e fixa indenização milionária com pensão vitalícia em parcela única

No setor bancário, é cada vez mais comum ouvir relatos de trabalhadores que enfrentam longas jornadas, pressão intensa por metas e funções que exigem movimentos repetitivos durante anos.
Esse cenário, apesar de lucrativo para as instituições financeiras, tem deixado marcas profundas na saúde de muitos funcionários.
Foi o que ocorreu com um bancário do Bradesco, que atuou por mais de três décadas na instituição e acabou desenvolvendo LER/DORT — lesão por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
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O caso foi parar na Justiça do Trabalho e resultou em uma condenação histórica contra o banco .
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De acordo com a sentença, o Bradesco foi responsabilizado por não adotar medidas eficazes de prevenção e acompanhamento da saúde ocupacional.
O laudo pericial apontou a relação direta entre as atividades desempenhadas, a sobrecarga física, a cobrança constante de resultados e o adoecimento do trabalhador.
A Justiça fixou uma indenização que ultrapassa R$ 1 milhão, somando pensão vitalícia paga em parcela única e danos morais.
Segundo o processo, a reparação leva em conta não apenas a perda da capacidade laboral, mas também o sofrimento e os impactos sociais da doença.
Especialistas ressaltam que a decisão reforça um recado claro: cabe ao empregador prevenir riscos ergonômicos e proteger a saúde dos funcionários.
O juiz apontou falta de condições adequadas, pausas, rodízio de tarefas e acompanhamento médico — medidas que poderiam ter evitado o problema.
A condenação contra o Bradesco também acende um alerta para outras instituições financeiras.
Nos últimos anos, decisões semelhantes vêm sendo registradas no país, reforçando a importância de políticas de ergonomia, programas de saúde ocupacional e respeito aos limites humanos na busca por produtividade.