Tribo na Indonésia constrói suas casas a mais de 30 metros de altura no topo das árvores
No meio da floresta tropical da Papua, a tribo Korowai mantém viva uma tradição impressionante

No coração das florestas tropicais da Papua, na Indonésia, vive a tribo Korowai, um dos últimos povos do planeta a preservar o hábito de construir suas casas no topo das árvores.
Suas moradias, erguidas entre 10 e 35 metros de altura, parecem flutuar entre as copas, formando um cenário que mistura engenhosidade, tradição e adaptação ao ambiente.
Essas habitações singulares são erguidas sobre árvores gigantes — especialmente figueiras conhecidas localmente como wanim, que podem ultrapassar 40 metros.
A estrutura é feita com bambu, cipós e folhas de palmeira, materiais leves, mas resistentes, que garantem estabilidade mesmo a dezenas de metros do solo.
Arquitetura ancestral nas alturas
A construção das casas é um verdadeiro trabalho coletivo. Homens, mulheres e até crianças participam do processo, que pode levar vários dias. Primeiro, o tronco da árvore escolhida é reforçado.
Depois, são instaladas as plataformas de bambu que formarão o piso e as paredes, amarradas com cipós. O telhado é feito com folhas de palmeira, que isolam o interior do calor e da chuva.
Uma escada de bambu é o único acesso às casas suspensas. Lá em cima, há espaço para cozinhar, descansar e até observar o movimento da floresta — uma visão privilegiada do território que os Korowai chamam de lar.
Proteção e significado
Viver no alto não é apenas uma escolha estética, mas uma estratégia de sobrevivência. As casas elevadas protegem as famílias da umidade, de enchentes e de animais selvagens, como javalis e cobras. Historicamente, também serviam como defesa contra ataques de tribos rivais.
Além da função prática, a altura da moradia tem um valor simbólico. Quanto mais alta a casa, maior o prestígio do construtor. Em algumas ocasiões, já foram registradas construções de até 35 metros, verdadeiros marcos da habilidade e coragem dos moradores.
Cada casa abriga de quatro a doze pessoas e possui um fogo central, usado tanto para preparar alimentos quanto para afastar insetos.
Quando a estrutura envelhece ou é considerada impura, a família simplesmente a abandona e ergue uma nova — renovando o ciclo e mantendo viva a tradição.
Entre o isolamento e o contato com o mundo
Os Korowai permaneceram isolados do mundo exterior até a década de 1970, quando antropólogos e missionários tiveram os primeiros contatos com o grupo.
Desde então, parte da população passou a viver em aldeias próximas aos rios, mas muitos continuam fiéis ao modo de vida ancestral.
As casas nas árvores seguem sendo símbolos da identidade e da resistência cultural dessa tribo, que, mesmo em tempos modernos, continua a desafiar a gravidade — e a preservar um dos costumes mais fascinantes da humanidade.
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