Saiba a partir de quando os supermercados não vão mais poder abrir aos domingos

A ideia é testar um novo modelo, inspirado em práticas de alguns países da Europa, e observar como a população e o comércio vão se adaptar

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Saiba a partir de quando os supermercados não vão mais poder abrir aos domingos
(Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Os supermercados vão passar por uma grande mudança no Espírito Santo, e isso pode afetar diretamente a rotina de milhares de famílias.

A partir de março de 2026, esses estabelecimentos não poderão mais abrir aos domingos.

Parece distante, mas o impacto já começa a gerar dúvidas.

E você, já imaginou como será organizar as compras sem contar com o domingo?

Para entender tudo isso, é importante saber que a decisão nasceu de um acordo entre sindicatos de trabalhadores e representantes patronais.

A ideia é testar um novo modelo, inspirado em práticas de alguns países da Europa, e observar como a população e o comércio vão se adaptar.

Quando a regra começa a valer

O acordo define que, entre 1º de março e 31 de outubro de 2026, supermercados, mercados, atacarejos, hortifrútis e lojas de materiais de construção terão de permanecer fechados aos domingos.

Esse período foi pensado como um teste, que será reavaliado em novembro de 2026.

Assim, será possível entender se a mudança realmente funciona para o comércio, para os consumidores e, principalmente, para os trabalhadores.

Por que essa mudança está acontecendo

Essa nova regra tem relação com pontos da Reforma Trabalhista de 2017, mas com uma diferença importante: no Espírito Santo, o acordo coletivo local é que determina o fechamento aos domingos.

A intenção é garantir o descanso semanal remunerado para quem trabalha nesses setores.

Assim, todo estabelecimento que emprega funcionários precisará fechar nesse dia.

Por outro lado, pequenos comércios que funcionam de forma familiar ou que não se enquadram como supermercados poderão abrir normalmente.

É o caso de padarias, açougues, mercearias de bairro e lojas menores que não têm empregados contratados.

Isso mantém, pelo menos, o atendimento básico para os moradores.

E os shoppings? Como fica a compra de domingo?

Esse é um dos pontos que mais geram dúvidas. Mesmo dentro dos shoppings, os supermercados devem cumprir a regra e também fechar aos domingos.

Mas o restante das lojas segue funcionando, o que gera um contraste curioso: você poderá passear, comer e comprar roupas, mas não poderá fazer compras de mercado nesses locais.

Com essa mudança, será necessário organizar as compras com mais antecedência.

A alternativa será usar mercados de bairro, quando possível, ou recorrer às compras online com entregas programadas.

Isso pode alterar um hábito comum de muitas famílias: o famoso “vou ali comprar rapidinho no domingo”.

Impactos para trabalhadores e empresários

Para quem trabalha no comércio, essa mudança representa mais descanso e mais qualidade de vida.

Ter o domingo livre é um dos principais pedidos dos sindicatos, que veem a medida como uma forma de melhorar a saúde mental e física dos profissionais.

Já para os empresários, a situação é diferente. Muitos temem queda no faturamento e aumento nos custos operacionais durante a semana.

Em regiões urbanas, especialmente, o domingo costuma ter grande movimento, e isso pode significar prejuízo.

Inclusive, entidades como a Fecomercio SP já tinham alertado sobre esse risco em outras discussões.

O Espírito Santo como “laboratório” para o Brasil

Essa experiência faz do Espírito Santo um verdadeiro laboratório nacional.

A mudança é inspirada em práticas comuns em diversos países da Europa e em cidades menores, onde o descanso dominical é regra.

O resultado do teste pode influenciar decisões em outros estados no futuro.

Se a população se adaptar bem e se a qualidade de vida dos trabalhadores melhorar de fato, outras regiões podem seguir o mesmo caminho.

Assim, a pergunta que fica é: descanso ou prejuízo? Ainda não há uma resposta definitiva.

O que existe é um período de observação que pode transformar o modo como os supermercados funcionam no Brasil nos próximos anos.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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