Nordestino criador da marca de café mais valiosa do país começou vendendo de porta em porta
Uma trajetória marcada por coragem, persistência e visão de futuro

Café é mais do que uma bebida para milhões de brasileiros, e a história por trás da marca mais valiosa do país mostra como esse produto também pode transformar vidas.
Quando falamos em café, falamos de trabalho duro, persistência e visão de futuro.
E poucos exemplos representam isso tão bem quanto a trajetória de um nordestino que saiu do sertão potiguar vendendo de porta em porta e construiu um império que hoje fatura bilhões.
Essa é uma história real, inspiradora e cheia de reviravoltas.
Os primeiros passos em um cenário de poucas oportunidades
A história começa em São Miguel, no interior do Rio Grande do Norte.
Foi ali que João Alves de Lima iniciou sua jornada com o café, vendendo grãos verdes de forma simples e direta.
Com apenas duas sacas carregadas no lombo de uma mula, ele batia de porta em porta oferecendo o produto.
Em um sertão marcado por poucas oportunidades, cada venda representava não apenas renda, mas esperança de crescimento.
O investimento que mudou o rumo do negócio
Com muito esforço e economia, João Alves conseguiu juntar dinheiro suficiente para dar um passo decisivo.
Em 1961, comprou um pequeno moinho e passou a torrar e moer o próprio café. Esse detalhe fez toda a diferença.
A partir daí, ele deixou de ser apenas um vendedor e passou a controlar melhor a qualidade do produto, conquistando a confiança dos clientes e ampliando sua presença na região.
Crescimento gradual e reconhecimento regional
Ao longo dos anos 1970, o café produzido por João Alves começou a ganhar aceitação.
A demanda cresceu, a produção foi ampliada e o negócio se consolidou no Rio Grande do Norte.
Mesmo com o sucesso, a operação permaneceu concentrada no estado, fortalecendo a marca no Nordeste e criando uma base sólida antes de voos mais altos.
Expansão e estrutura industrial
Em 1988, veio um novo avanço importante: a abertura da primeira filial de distribuição em Mossoró, também no Rio Grande do Norte.
Pouco depois, em 1990, foi inaugurada uma fábrica em Eusébio, no Ceará. Essa expansão marcou a entrada definitiva da empresa em uma nova fase.
No final dos anos 1990, a marca já faturava cerca de R$ 127 milhões, mostrando que o café nordestino tinha força nacional.
A virada estratégica que mudou tudo
O grande salto aconteceu em 2005, com a criação de uma joint venture entre a marca Santa Clara e o grupo internacional Strauss.
A parceria, dividida igualmente, uniu tradição, escala e visão global.
Ainda naquele ano, a nova empresa se tornou a segunda maior torrefadora do Brasil, com produção anual de cerca de 70 mil toneladas e aproximadamente 10% de participação no mercado.
Diversificação e liderança absoluta
A partir dessa virada, o portfólio de café se expandiu rapidamente.
Entraram em cena cápsulas, cafés solúveis, máquinas multibebidas e diversos outros produtos.
Essa diversificação consolidou a marca como referência em inovação e qualidade.
Atualmente, ela é considerada a marca de café mais valiosa do Brasil, com faturamento que ultrapassa os R$ 10 bilhões por ano.
Um exemplo que inspira
A trajetória de João Alves de Lima mostra que o café pode ser muito mais do que um produto do cotidiano.
Ele pode ser o ponto de partida para uma grande transformação.
Do sertão nordestino aos maiores mercados do país, essa história prova que visão, persistência e trabalho consistente podem levar muito longe.
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