Predador mamífero ameaçado de extinção retorna aos rios brasileiros após décadas e reacende esperança para espécie ameaçada

Depois de anos de trabalho silencioso, pesquisadores conseguiram devolver à natureza uma espécie considerada extinta localmente, reacendendo a esperança para a preservação da fauna brasileira

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
animal ameaçado de extinção
O maior mamífero aquático da América do Sul, voltou a ser registrada em rios brasileiros após décadas de ameaça (Foto: Reprodução)

A ariranha, também conhecida como nutria-gigante, voltou a ser vista em diferentes regiões do Brasil e reacendeu a esperança de ambientalistas, pesquisadores e comunidades ribeirinhas.

Considerada o maior mamífero aquático da América do Sul, a espécie passou décadas sob forte ameaça, principalmente por causa da caça, da poluição dos rios e da destruição do habitat natural. Agora, no entanto, novos registros mostram que o animal começa a retomar áreas onde havia praticamente desaparecido.

Embora nunca tenha sido oficialmente extinta no país, a ariranha sofreu um colapso populacional ao longo do século 20. Ainda assim, graças à ampliação de áreas protegidas e a projetos de conservação, o cenário começa a mudar. Especialistas afirmam que o retorno do animal indica uma melhora na qualidade ambiental dos rios, já que a espécie só sobrevive em locais com água limpa e abundância de peixes.

Onde a ariranha voltou a ser registrada no Brasil

Nos últimos anos, pesquisadores confirmaram a presença da ariranha em regiões onde ela não era vista há décadas. A Amazônia segue como principal reduto da espécie, mas novos avistamentos também ocorreram no Pantanal, em áreas do Cerrado e em trechos das bacias dos rios Araguaia e Tocantins. Esses registros mostram que a espécie está ampliando lentamente sua área de ocorrência.

Além disso, monitoramentos feitos por meio de armadilhas fotográficas e observações diretas apontam a formação de grupos familiares, comportamento típico da ariranha.

Esse fator é considerado essencial para a recuperação da população, já que o animal vive de forma altamente social e depende da estrutura familiar para sobreviver na natureza.

Um predador essencial para o equilíbrio dos rios

A ariranha exerce um papel ecológico fundamental. Como predador de topo, ela ajuda a controlar a população de peixes e contribui para manter o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. Por isso, sua presença costuma ser associada a ambientes bem preservados.

No passado, porém, o comportamento curioso e diurno da espécie acabou facilitando a caça, principalmente durante o auge do comércio de peles. Com o avanço das leis ambientais e a fiscalização mais rígida, essa pressão diminuiu, permitindo que a espécie tivesse uma nova chance de recuperação.

Brasil segue caminho diferente da Argentina

Enquanto a Argentina precisou reintroduzir a ariranha, após décadas de extinção local, o Brasil vive um processo distinto. Aqui, a espécie sobreviveu em áreas isoladas, o que agora permite uma recuperação natural, sem a necessidade de soltura de animais criados em cativeiro.

Mesmo assim, especialistas alertam que a ariranha continua ameaçada de extinção e depende diretamente da preservação dos rios. A expansão do desmatamento, a mineração ilegal e a contaminação da água ainda representam riscos concretos para a espécie.

Sinal positivo para o futuro da biodiversidade

O reaparecimento da ariranha é visto como um marco importante para a conservação ambiental no Brasil. Segundo pesquisadores, proteger esse animal significa também garantir água limpa, pesca sustentável e qualidade de vida para comunidades que dependem dos rios.

Assim, cada novo registro reforça a ideia de que a preservação funciona e pode devolver à natureza espécies que pareciam condenadas ao desaparecimento.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

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