Delegacia de Anápolis fará bazar para ajudar idosos abandonados
Titular da unidade, Manoel Vanderic contou a história que inspirou a realização desse evento
Será realizado no próximo sábado (1º) a 2ª edição do Bazar Beneficente Dona Alice para ajudar idosos em situação de abandono em Anápolis. A iniciativa é da Delegacia do Idoso e ocorrerá no salão da Igreja Sant’Ana, a partir das 08h.
De acordo com o delegado Manoel Vanderic, o evento contará com peças de marca e de coleções atuais, com valores que podem variar entre R$39,90 e R$169,90.
“Todas as peças são femininas e é tudo coisa nova, nada de resto de loja. Lá poderão ser encontradas marcas como Farm, Cantão, Carmim, Dudalina, Iodice, entre outras. Já o pagamento será feito por dinheiro ou cheque, porque como a delegacia não tem conta, não temos opções para cartão”, explicou.
A ideia do bazar, conforme Vanderic, foi inspirada na vida da Dona Alice, uma das primeiras idosas resgatadas pela delegacia e que não conseguia conviver em sociedade, não podendo ser levada para um abrigo.
“Ela veio da Bahia com o marido e depois que ele morreu, se trancou em uma casa na Vila São Joaquim e ficou lá por muitos anos sem receber ninguém. Ela não tinha água tratada, energia, não tomava banho e só comia o que os vizinhos jogavam pelo portão. Quando alguém chegava perto, ela rosnava e até jogava pedra. Como não dava para levar para um abrigo, começamos a acompanhar ela de casa mesmo”, relembrou.
A idosa foi acompanhada pelo delegado, a mãe Vilma Rodrigues e a equipe da delegacia por vários anos, até que em 2015 sofreu um prolapso uterino e, por ter uma enfermidade no coração, não pôde passar pelo procedimento cirúrgico.
“Do hospital a levamos para um abrigo e ela morreu dias depois. Ela me chamava de namorado e marcou tanto a nossa história que temos um banner com uma foto dela que estampa a entrada da delegacia. Decidimos dar o nome dela ao bazar porque assim como ela, tem muitos idosos que a gente acompanha de casa, que não tem parente. Ai temos que comprar remédio, fralda, comida, pagar tratamentos. Nesses casos é difícil fazer campanha, então a gente mantém o caixa de doação para assistir essas pessoas”, explicou.