Ataque com carro-bomba deixa mais de 30 feridos na Colômbia

"Nós rejeitamos e repudiamos esse ato vil e terrorista que visou atacar os soldados da Colômbia", disse Molano a jornalistas

Folhapress Folhapress -
Ataque com carro-bomba deixa mais de 30 feridos na Colômbia
(Foto: Reprodução)

Sylvia Colombo, da Argentina – Dois veículos explodiram dentro das instalações de um quartel do Exército da Colômbia, em Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, na tarde desta terça-feira (15). O ministro da Defesa, Diego Molano, afirmou que se tratou de uma ação terrorista, embora o ataque ainda não tenha sido reivindicado por nenhum grupo.

Segundo o ministro, 36 pessoas ficaram feridas, sendo três com certa gravidade, mas não houve mortos. Um dos feridos passou por cirurgia, enquanto 29 estão hospitalizados. “Nós rejeitamos e repudiamos esse ato vil e terrorista que visou atacar os soldados da Colômbia”, disse Molano a jornalistas.

Um dos veículos usados foi uma camionete branca, conduzida por dois homens que se passaram por militares, afirmou o ministro. À rede Caracol de televisão, o general Marco Evangelista Pinto, da segunda divisão do Exército, afirmou que os veículos estavam dentro do quartel, mas próximo ao portão de entrada e longe de áreas mais movimentadas, como dormitórios de soldados, por exemplo.

Durante a tarde, várias imagens de soldados e habitantes da região circulavam nas redes sociais. Um oficial filmou os escritórios e salas do quartel, que estavam vazios, destruídos pela explosão. Em relatos à imprensa local, alguns familiares contaram que soldados fizeram chamadas para avisar que o local tinha sido atingido por explosões.

A base usada pela 30ª Brigada do Exército, no bairro de San Rafael, é a mais importante desta zona da fronteira entre Colômbia e Venezuela, pois dali são coordenadas as operações contra os grupos ilegais. O presidente colombiano, Iván Duque, afirmou em rede social que Molano iria a Cúcuta na noite desta terça, para se reunir com a cúpula militar local e avaliar a situação.

Altamente militarizada de ambos os lados, a região de fronteira entre Colômbia e Venezuela tem sido palco de enfrentamentos entre grupos criminosos locais, guerrilhas e suas dissidências. Apesar do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), os militares do país continuam a enfrentar combatentes do Exército de Libertação Nacional (ELN), gangues e ex-integrantes das Farc que rejeitam o pacto –todos estes atuam na província Norte de Santander, onde a 30ª brigada opera.

Segundo o ministro da Defesa, a hipótese inicial é a de que o ELN seja responsável pelo ataque, mas também é investigado se há envolvimento de dissidentes das Farc.

Além da importância militar, a região é um dos principais pontos de saída de refugiados da Venezuela e tem grande importância geopolítica. A ditadura de Nicolás Maduro acusa o presidente colombiano, Iván Duque, de infiltrar por ali agentes “invasores” para atacar o governo. Já Duque considera que Maduro abriga grupos criminosos e dissidências de guerrilhas colombianas apenas para desestabilizar sua autoridade na região.

Não é a primeira vez que ocorre um atentado contra militares na gestão Duque. O mais importante ocorreu em 2019, quando um carro-bomba explodiu na escola de cadetes General Santander de Bogotá, deixando mais de 20 mortos e 60 feridos.

Já em março este ano, a província de Cauca foi alvo de um outro carro-bomba, que deixou mais de 40 feridos. O governo culpou dissidentes das Farc.

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