O frango e o ovo que você está comendo pode ser fake; entenda o “novo” golpe
Prática voltou a ganhar força devido ao alto consumo dos alimentos por conta do preço da carne vermelha e associação faz alerta
Nem tudo é o que parece ser. Na embalagem, a promessa é feita garantindo o consumo do frango e ovo “caipira”. Porém, na realidade, de caipira mesmo só tem o rótulo.
E é dessa forma que o cliente acaba levando produtos convencionais que fogem das características caipiras. Mas essa prática, que não é de hoje, voltou a ganhar força devido ao alto consumo dos alimentos por conta do preço da carne vermelha.
A Associação Brasileira da Avicultura Alternativa (AVAL) elaborou uma campanha de informações para que os consumidores aprendam a identificar alimentos autênticos e não caiam na fraude.
“Os produtos alternativos, sejam ovos ou frangos – caipira, verde ou orgânico, têm características e exigências próprias e isso precisa ser respeitado”, destaca Marcos Batista, presidente da entidade.
O produtor do frango e ovo ainda completa que existem diferenças no processo de produção de frangos alternativos comparado ao de outras aves.
“São carnes nobres, com as aves criadas praticamente de modo rústico e artesanal. Os animais dispõem de espaço aberto, alimentação natural e sem uso de antibióticos profiláticos, resultando em uma carne de textura consistente e sabor marcante”, completa.
Um dos casos emblemáticos, lembrados pela AVAL, é de 2017 onde feirantes de Boa Vista, capital de Roraima, foram flagrados vendendo frangos coloridos artificialmente como se fossem galinhas caipiras para terem uma margem de lucro maior. Os lojistas mergulhavam a carne em bacias com água e corante alimentício para enganar os compradores.
Como forma de frear tal prática, a instituição criou o chamado Selo Aval que identifica o produto alternativo de forma correta. No caso os caipiras, é importante que o consumidor confira se o produto foi fabricado de acordo com a ABNT 16.437/2016.
“Os produtores alternativos pretendem moralizar esse segmento para que o consumidor realmente leve para casa o produto prometido no rótulo, sem fraudes”, afirma Marcos Batista.