Surtos de dengue em Goiás podem estar com os dias contados
Dispositivo criado pela UFG pode evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, responsável pela doença
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) estão desenvolvendo um novo método que pode ajudar a conter surtos de dengue em Goiás.
Através de um dispositivo de controle biológico, os estudos realizados no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) descobriram uma forma de causar a morte de adultos, larvas e ovos do Aedes aegypti.
Isso porque o mecanismo possui uma formulação com partículas de um fungo (o Metarhizium humberi) capaz de infectar e impedir a disseminação do mosquito.
O inseto é atraído para o aparelho devido à semelhança com um criadouro ou local de descanso. No local, o mosquito tem contato com o tecido que contém grânulos com o Metarhizium.
“A formulação é aplicada dentro dos dispositivos, que não são armadilhas pois os mosquitos não ficam presos: entram, ficam contaminados e saem”, explicou o professor Wolf Christian Luz, líder do grupo de pesquisa.
A ideia é que o mecanismo seja colocado em arredores de domicílios propícios para a ocorrência do Aedes aegypti.
Até o momento, ele foi testado apenas em ambientes controlados. Contudo, a expectativa é que se tenham bons resultados ao colocar o mecanismo “na prática”.
“Fizemos testes de semi-campo e de campo numa pequena cidade perto de Goiânia, para controle do Aedes aegypti. Os resultados são promissores”, exaltou Wolf Christian Luz.
Surto recente
De acordo com dados do Painel da Dengue da Secretaria Estadual de Saúde (SES), em 2022 já foram registrados mais de 54 mil notificações da doença.
Em relação ao mesmo intervalo de tempo no ano anterior, houve um aumento de 260% na contaminação pelo vírus.
Além disso, já foram registrados cinco óbitos em decorrência da enfermidade. Outros 32 falecimentos suspeitos, mas ainda não confirmados, são estudados pela pasta.
Considerando apenas Goiânia, a recordista de casos em Goiás, foram 18,3 mil casos notificados nas dez primeiras semanas deste ano.
A título de comparação, 15 mil ocorrências forma coletadas pela SES em todo o estado, no mesmo período de 2021.