Mãe luta para conseguir canabidiol em Goiânia para filho que sofre 30 convulsões por dia: “dor que ninguém deveria passar”

Vakinha foi criada para que a família consiga a compra de dois frascos por mês, além de demais despesas

Davi Galvão Davi Galvão -
Mãe luta para conseguir canabidiol em Goiânia para filho que sofre 30 convulsões por dia: “dor que ninguém deveria passar”
Benício completa quatro anos nesta sábado (08). (Foto: Redes Sociais)

A trajetória de Benício nunca foi fácil. Na 25ª semana de gravidez e pesando pouco mais do que 560 gramas, os médicos informaram à família que ele não teria um desenvolvimento típico.

Logo após o nascimento e os 6 meses que teve de ficar internado na UTI, além de quase um ano de cuidados especiais em casa, Benício passou a também lidar com graves ataques epilépticos, em decorrência de sangramento intracraniano por conta do parto prematuro.

Benício nasceu com 25 semanas e 560g. (Foto: Redes Sociais)

Com o uso de medicação, a família conseguiu controlar os episódios de crise, mas, há cerca de um mês, o pequeno, que está prestes a completar quatro anos, começou a ter de enfrentar mais de 30 convulsões por dia.

Com a medicação não mais surtindo efeito, a mãe de Benício e moradora de Goiânia, Nathalia dos Santos, de 28 anos, resolveu buscar, independentemente das dificuldades, algum tratamento que voltasse a trazer conforto ao filho.

Desde que nasceu, Benício toma diversas medicações para lhe dar uma melhor qualidade de vida, mas as doses atuais já não surtem o mesmo efeito. (Foto: Redes Sociais)

“Todo mundo sabe que é algo ruim, mas quando você é a mãe e vê o seu menino, no chão, tendo uma crise, e você saber que não consegue ajudar, é algo que nem dá para descrever. Agora imagina isso 25, 30 vezes por dia. É uma dor que nenhuma mãe deveria passar. É cruel”, lamentou, em entrevista ao Portal 6.

Por conta das convulsões, o pequeno constantemente se machucava e apresentava contusões, ao ponto de os pais terem de comprar um capacete específico para quedas. Mesmo assim, era necessário vigiar a criança constantemente, com Nathalia tendo que se dedicar totalmente a isso, sem poder sequer trabalhar ou tomar banho quando nenhum outro parente estivesse presente.

Uma esperança

E foi assim, que conversando com uma colega, cujo filho sofre de uma condição similar, que ela ficou sabendo de um tratamento, de um médico em Salvador (BA) a base de canabidiol, que pode ser a salvação de Benício.

“A médica que eu costumava ir é totalmente contra, mas ela passou várias medicações, meu filho vivia dopado e não estava mais dando certo. Eu não posso ficar parada”, contou.

Canabidiol pode ser uma das alternativas para a situação de Benício. (Foto: aculdade de Medicina de Ribeirão Preto)

Nathalia garantiu que, para o caso do filho da amiga dela, os resultados foram extremamente positivos e que ela enxerga nesse tratamento uma das poucas esperanças para Benício.

Altos custos

O problema é que o acesso a esta medicação e a todo o processo, inclusive à dieta cetogênica – que ajuda a prevenir convulsões – ao plano de saúde e demais remédios, envolve um custo que foge da realidade da família.

Apesar de todas as dificuldades, Benício ainda tem, como qualquer outra criança, momentos felizes. (Foto: Redes Sociais)

Por isso, ela resolveu abrir uma vaquinha online, para poder arrecadar o valor necessário que, no momento, gira em torno de R$ 60 mil. Valores também podem ser doados através do pix [email protected].

“É o que puderem ajudar, não sou de pedir assim as coisas, mas realmente a gente não tem condição, eu só quero o que é melhor para o meu filho”, pediu Nathalia, por fim.

Enquanto isso, ela garantiu já estar em contato com um advogado que se dispôs a, gratuitamente, lutar pelo direito de Benício obter o canabidiol diretamente do Estado, o que diminuiria uma parte considerável dos custos, visto que cada frasco da medicação custa R$ 800 e Benício precisa de, no mínimo, dois deles por mês.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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