Jovem anapolina conquista título em mundial de Muay Thai, na Tailândia
Além da satisfação pelo dever cumprido ela também falou sobre a importância do esporte para a autonomia das mulheres
Uma anapolina realizou a proeza de sair de Goiás e ir até a terra natal do Muay Thai, a Tailândia, e vencer competidoras de outros países, se tornando a campeã mundial da modalidade. Mesmo sem incentivo, a jovem Bianca Oliveira, de 26 anos, deu duro e conseguiu arcar com custos da viagem para realizar o sonho, conquistando o primeiro título em uma competição internacional.
Ao Portal 6, ela contou mais sobre a trajetória e revelou que treina na academia Lumpinee, com o treinador Rosemberg Lopes. Após a vitória, ela até já recebeu a carta convite para participar do próximo mundial, em 2025.
“Comecei a treinar MuayThai há 4 anos. Esse foi meu primeiro título e competição em um mundial, que aconteceu em Pattaya, na Tailândia. No último ano, participei de campeonatos estaduais, tendo uma crescente em cinco lutas até disputar o cinturão de 60kg profissional feminino do evento, no qual fui campeã” relembrou.
Com a crescente na carreira, ela contou que passou a enfrentar outro problema: a dificuldade em financiar todos os custos, especialmente para o deslocamento dela e do treinador para os locais onde ocorrem as competições.
“Sou atleta bolsista do programa Bolsa Atleta de Anápolis, onde até o atual momento é o único apoio que temos. Estamos em busca de empresas, pessoas, que de alguma forma possam contribuir, e apoiar o crescimento do esporte e apoiar uma atleta”, explicou.
Apesar das dificuldades, que inclusive ainda são enfrentadas, ela conseguiu comparecer no país, onde chegou em fevereiro de 2024 e permaneceu treinando durante toda a temporada até o mês de julho, quando competiu e saiu vitoriosa do ringue.
“Além de campeã mundial de muay thai amador até 58kg, sou também a atual campeã do cinturão de 132 libras do Patong Boxing Stadium, em Phuket, também na Tailândia. Na competição, venci duas iranianas por nocaute. Na próxima competição estarei novamente motivada, carregando nossa bandeira e representando nosso país”, contou.
Além da satisfação pelo dever cumprido, e a expectativa para a defesa do cinturão, no próximo ano, ela também falou sobre a importância do esporte para a autonomia das mulheres e a transformação social.
“Eu luto não apenas por mim, a minha busca no esporte vai além de títulos. Eu sei que o esporte é uma ferramenta importantíssima de transformação social, sendo capaz de inspirar mulheres a terem mais autonomia, acreditar em si, não aceitarem comportamentos violentes, inspirar as pessoas a buscarem se exercitar, desenvolver autoconhecimento e autoestima. Digo para todas as crianças e jovens: se dediquem, acreditem, não desistam quando aparecerem as dificuldades, desafios nos fazem crescer e aprender a lidar com eles”, concluiu a atleta.