“Nossos estudos foram os mais precisos”, destaca CEO da Atlas Intel sobre acertos em vitórias para presidente, governadores e senadores no Brasil

Contratado pelo Portal 6 para realizar a primeira rodada de pesquisas para a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o instituto vem se consolidando como um dos principais do Brasil quando o assunto são levantamentos eleitorais no país e no exterior

Pedro Hara Pedro Hara -
“Nossos estudos foram os mais precisos”, destaca CEO da Atlas Intel sobre acertos em vitórias para presidente, governadores e senadores no Brasil
CEO do Atlas, Andrei Roman. (Foto: Divulgação)

CEO da Atlas Intel, Andrei Roman, ao ‘6 perguntas para’ desta semana, classifica o eleitor goiano como alguém “pragmático e focado em resultados”. Essa característica faz com que os votantes estejam “atentos a detalhes, fatos e evidências sobre a gestão e os candidatos”. Outro ponto citado por ele é o conservadorismo “acima da média”.

Contratado pelo Portal 6 para realizar a primeira rodada de pesquisas para a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o instituto vem se consolidando como um dos principais do Brasil quando o assunto são levantamentos eleitorais no país e no exterior.

Segundo Andrei, as pesquisas vêm captando que o sentimento do eleitor neste ano possui duas principais características: nas cidades grandes, o efeito da polarização que ocorre desde 2018, enquanto que nos municípios menores, existe mais “preocupação com questões e necessidades imediatas em nível local”.

No meio dessas duas percepções está Aparecida de Goiânia, onde a polarização tem um impacto, mas de forma menos significativa, e os eleitores estão mais preocupados com as questões relacionadas ao que deve ser feito no município.

Andrei também não culpa o eleitor por acreditar cada vez menos em pesquisas. Para ele, os institutos devem melhorar a qualidade das pesquisas para retomar a credibilidade junto ao eleitorado.

  1. A Atlas Intel vem se consolidando como um dos principais institutos de pesquisa do Brasil. Qual é o diferencial?

Existem vários diferenciais:

Primeiro, e talvez o mais importante, é a precisão das nossas estimativas em ciclos eleitorais, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Os erros de previsão em eleições recentes são notórios. Em um contexto em que a maioria das pesquisas subestimou candidatos como Bolsonaro e outros de direita em 2022, a pesquisa da Atlas chegou mais perto dos resultados para a presidência no primeiro turno da eleição. Além disso, em 9 de 11 estados onde a Atlas divulgou pesquisas para governadores e senadores, nossos estudos foram os mais precisos. Isso também ocorreu em vários outros países: nos EUA em 2020, na Argentina nos últimos três ciclos eleitorais, na Espanha, na África do Sul, entre outros. À medida que construímos essa trajetória internacional, ficou claro que a Atlas é a única empresa brasileira de pesquisa de opinião pública com uma atuação internacional relevante.

Segundo, a Atlas sempre inova em termos de métodos. Atualmente, as pesquisas com coleta digital dominam na Europa e nos EUA, e na América Latina, nossa empresa se posiciona na vanguarda, demonstrando as vantagens dessa abordagem em nossa realidade e comprovando que é possível fazer a transição para o digital com qualidade nas coletas e nas estimativas.

Terceiro, a nossa seriedade e imparcialidade. Vivemos tempos de polarização política sem precedentes, e, neste contexto, uma análise fria e objetiva do cenário eleitoral é imprescindível. Nossas pesquisas às vezes mostram vantagens inesperadas para candidatos de esquerda e outras vezes para candidatos de direita. Acredito que o público que conhece nosso trabalho já percebeu que prezamos muito pela nossa reputação, construída com base na imparcialidade.

  1. Eleições municipais são diferentes das nacionais. O que a Atlas está conseguindo captar de sentimento do eleitor neste pleito de 2024?

As eleições de cada município têm suas especificidades. Em muitas cidades grandes, as eleições acabam ficando polarizadas devido ao embate político a nível nacional. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais do Nordeste, ou por exemplo em Goiânia, há quase sempre um candidato forte associado ao Lula e outro associado ao Bolsonaro. Quanto menor o município, menos relevante é esse tipo de polarização, pois as pessoas acabam conhecendo melhor os candidatos; há mais intimidade e também mais preocupação com questões e necessidades imediatas em nível local. Me parece que Aparecida de Goiânia está, de alguma forma, entre essas duas situações. Há um certo impacto da polarização, mas isso acaba sendo limitado pela análise sobre as necessidades da cidade e pela avaliação dos candidatos em termos da capacidade de entrega de cada um.

  1. Nos últimos tempos, eleitores têm sido desencorajados a acreditar em pesquisas. O que fazer para reverter esse movimento?

Melhorar a qualidade das pesquisas e comprovar a acurácia. É isso que a Atlas está fazendo sistematicamente, tanto que as pessoas que realmente conhecem nosso trabalho e nossa trajetória acreditam nos nossos números.

  1. Qual é a importância das pesquisas eleitorais para a definição do voto do eleitor?

As pesquisas orientam o eleitor a entender as preocupações e opiniões dos demais eleitores. Também o ajudam a agir estrategicamente.

  1. Como você percebe o eleitorado goiano?

É um eleitorado bastante pragmático e focado em resultados. Goiás tem hoje o governador mais bem avaliado do país, Ronaldo Caiado. É mérito do governador, sem dúvida. Mas também é mérito de uma certa sabedoria do eleitorado, que soube identificar as competências do governador e elegê-lo 02 vezes seguidas.

  1. No que o eleitorado goiano converge e se diferencia em relação ao restante do país, a partir dos estudos e levantamentos da Atlas?

É um eleitorado mais conservador que a média, mas, como já destaquei, é um eleitorado mais pragmático e, portanto, atento a detalhes, fatos e evidências sobre a gestão e os candidatos. É um eleitorado mais engajado e mais atento do ponto de vista da participação na política. E o prêmio disso tem sido um desempenho melhor dos governantes, pelo menos no que diz respeito à gestão estadual.

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