Reconciliação entre tio e sobrinho marcou Eliseu Belo para sempre
Na ocasião, o acusado teve o pedido de clemência atendido pelo júri


A maioria dos casos que passam pelo Tribunal de Júri envolvem homicídios, ou tentativas, oriundas de conflitos e desentendimentos graves. Todavia, durante o programa Agora, do Portal 6 com a rádio 105.7 FM, o promotor de justiça Eliseu Belo revelou um caso que surpreende até o mais estoico jurista.
Isso porque, ao invés de resultar nas duas opções usuais: inocência ou condenação, a situação terminou em uma reconciliação familiar, selada com um abraço em pleno tribunal.
Parece coisa de filme, mas, para um experiente promotor, é apenas um caso raro, que de tempos em tempos ocorre.
“O tio levou o sobrinho, que na época tinha uns 18, 19 anos, para uma festa. O sobrinho ficou empolgado, tomou algumas e começou a cantar as mulheres acompanhadas”, contou.
Preocupado com a segurança do parente, o tio deu uma bronca nele e pediu para se comportar, avisando que ele poderia acabar se envolvendo em problemas.
As palavras foram em vão, e o responsável acabou tendo que tirar o rapaz da festa. O problema é que, ao entrar no carro, o jovem encontrou uma faca, que estava no assoalho, e a cravou com tudo no peito do tio.
“Felizmente não foi perto do coração. Ele imediatamente foi socorrido, tiraram a faca e ele sobreviveu. Foi uma tentativa de homicídio”, e assim, o caso foi parar na promotoria de Cocalzinho, pela qual Eliseu atuava.
Antes do julgamento final, seguindo um hábito para casos do tipo, ele chamou o tio para conversar. Ao perguntar o que ele queria que o Ministério Público (MP) fizesse, recebeu como resposta uma “declaração de amor”.
“Meu sobrinho é muito bom, trabalhador, ele tem três filhos que eu amo demais, mas depois que ele fez isso eu nunca mais conversei com ele, mas eu nunca deixo de visitar os filhos deles”, desabafou a vítima.
Ao indagar se, afinal, ele queria ou não que o acusado cumprisse pena, o tio respondeu que não, mas ressaltou que ainda estava magoado com ele.
Assim, quando chegou a “hora do vamos ver”, o jovem se mostrava visivelmente arrependido, e pedia desculpas na frente do júri. Foi aí que Eliseu disse “seu tio está aqui, fale para ele então”.
Nesse momento, como um desfecho de cinema, o tio se levantou e foi até ele, o abraçando e perdoando definitivamente. Vendo o gesto, o promotor pediu clemência ao acusado – pedido que foi atendido.
“A gente transformou um caso penal em uma reconciliação familiar”, concluiu, satisfeito, Eliseu.
A maioria dos casos que passam pelo Tribunal de Júri envolvem homicídios, ou tentativas, oriundas de conflitos e desentendimentos graves. Todavia, durante o programa Agora, do Portal 6 com a rádio 105.7 FM, o promotor de justiça Eliseu Belo revelou um caso que surpreende até o… pic.twitter.com/hXRVNcBLtA
— Portal 6 (@portal6noticias) February 14, 2025