Passageiro cadeirante é retirado de voo por não conseguir andar até o banheiro
Caso ganhou os holofotes e empresa aérea precisou se pronunciar


Comemorar 80 anos na Grécia? Um sonho. Ser retirado do avião antes da decolagem por não conseguir ir ao banheiro? Um pesadelo. Foi isso que aconteceu com Barry Dobner, um senhor britânico de 79 anos, cadeirante, que viu sua tão aguardada viagem de aniversário virar manchete internacional — e não pelo motivo que ele esperava.
Barry estava acompanhado da esposa, Alison, e de uma amiga quando embarcou num voo da companhia easyJet, em Manchester, rumo à Atenas. O plano era brindar os 80 anos com vista para o Mar Egeu. Mas o que veio mesmo foi um balde de água fria — e nem foi culpa do clima britânico.
Passageiro cadeirante é retirado de voo por não conseguir andar até o banheiro
Tudo corria dentro dos conformes até que uma comissária notou que Barry levava um urinol portátil — o famoso “plano B” de quem precisa de acessibilidade e sabe que o mundo nem sempre colabora. Questionada, Alison explicou que o objeto era apenas para emergências e que sim, Barry não conseguiria se deslocar até o banheiro da aeronave sozinho.
A resposta foi suficiente para que a tripulação gentilmente pedisse para a família desembarcar.
Motivo? “Ele precisa conseguir caminhar até o banheiro”, disseram. E pronto, lá se foram os planos, as malas e o aniversário especial.
Segundo o próprio Barry, a companhia aérea sabia desde a reserva que ele era cadeirante. Inclusive, o casal já havia voado com a easyJet antes — sem nenhum problema. Mas desta vez, nem a experiência prévia salvou.
Além do constrangimento, Barry calculou um prejuízo de mais de 2 mil libras esterlinas — cerca de R$ 12,8 mil entre passagens, hospedagens e despesas não reembolsáveis.
A situação foi parar no seguro de viagem e uma queixa formal foi registrada contra a companhia.
Em nota, a empresa pediu desculpas pelo ocorrido e prometeu reembolso integral das passagens e compensação pelo embarque negado.
A easyJet também destacou que transporta mais de um milhão de passageiros com necessidades especiais por ano e que 87% deles estão satisfeitos com o atendimento. Uma estatística que provavelmente não consola Barry — que agora faz parte dos outros 13%.
A empresa ainda ressaltou que suas aeronaves possuem cadeira de rodas a bordo, mas que o passageiro deve ser capaz de se transferir por conta própria ou com ajuda de um acompanhante. A tripulação pode levar até o banheiro, mas não pode ajudar na transferência física.
Além da lição de que um urinol pode causar uma tempestade a 30 mil pés de altura, o caso de Barry levanta um debate importante: afinal, até onde vai a inclusão quando se trata de mobilidade aérea?
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