Rússia testa míssil hipersônico, e Ucrânia faz mega-ataque
Alguns modelos balísticos lançados de caças MiG-31K Kinjal, também hipersônicos foram interceptados sobre a Ucrânia na guerra

IGOR GIELOW
Com a tensão entre Moscou e a Otan em alta, a Rússia testou neste domingo (14) um míssil hipersônico capaz de empregar ogivas nucleares. Já a Ucrânia lançou um de seus maiores ataques com drones na guerra contra os rivais, atingindo uma importante refinaria de petróleo.
A ação começou no Ártico, no gélido mar de Barents, onde a fragata Almirante Golovko disparou um míssil hipersônico naval Tsirkon, que já foi testado em combate com munição convencional contra a Ucrânia.
Segundo o Ministério da Defesa russo, o alvo designado por um avião de patrulha marítima Tu-142 foi destruído. O Tsirkon é o único míssil de sua categoria em operação no mundo hoje, e integra o rol das ditas “armas invencíveis” de Vladimir Putin.
Por óbvio, elas não são invencíveis. Alguns modelos balísticos lançados de caças MiG-31K Kinjal, também hipersônicos e que foram testados no sábado (13), foram interceptados sobre a Ucrânia na guerra. Mas são armas difíceis de serem derrubadas.
O exercício com hipersônicos faz parte da manobra Zapad (Ocidente), evento quadrianual que mobiliza as forças russas e belarussas junto às fronteiras da Otan. Ele vai durar até terça (16) e simula a repulsa de um ataque inimigo, reconquista de áreas perdidas e emprego de armas nucleares.
Na sexta-feira (12), a aliança militar ocidental anunciou a criação de uma operação de reforço dessa linha de atrito. A missão Sentinela Oriental foi definida após a Polônia pedir ajuda aos outros 31 membros do clube militar devido à incursão de 21 drones russos em seu espaço aéreo na quarta passada (10). Já há caças franceses e alemães participando de patrulhas nos céus poloneses.
Moscou disse que os drones faziam parte de uma onda de ataque contra o oeste ucraniano e se perderam. A Polônia não comprou a versão, e neste domingo o chanceler Radoslaw Sikorski disse ao jornal britânico Guardian que Moscou quis testar a reação da Otan.
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Ele a defendeu, lembrando que pela primeira vez foram derrubados drones russos por aviões da aliança, poloneses e holandeses, desde que Putin invadiu o vizinho em 2022. Mas as dúvidas continuam acerca das capacidades de defesa contra esse novo tipo de armamento, daí a criação da nova operação.
No sábado, a Polônia voltou a soar alarmes, a fechar espaço aéreo e a lançar caças devido ao temor de incursão, mas nada aconteceu. Já a Romênia viu dois drones que atacavam a região de Odessa cruzar sua fronteira, enviando aviões F-16 para acompanhá-los até caírem em área desabitada.
Os Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump vinha repetindo a hipótese russa para o incidente, passaram a pressionar Moscou. O secretário de Estado, Marco Rubio, disse no sábado que a incursão era “inaceitável”, e que manteria apoio aos membros do flanco leste da Otan.
Enquanto isso, os ucranianos buscaram se mostrar proativos na guerra assimétrica que lutam com Moscou. As forças de Volodimir Zelenski lançaram o que deve ter sido o seu maior ataque da guerra até aqui, já que não se sabe o total de aparelhos enviados, apenas a conta de derrubados apresentada pela Rússia: 361 drones.
Após um ataque no sábado que atingiu um grande complexo de refino de petróleo perto de Ufa, 1.400 km a leste da frente de batalha, neste domingo foi a vez da refinaria de Kirishi, na região de Leningrado, quase 1.500 km a noroeste da Ucrânia.
Nos dois casos, não houve paralisação da produção ou vítimas, mas incêndios que foram controlados. Os ataques seguidos ao sistema petrolífero russo têm causado problemas para Putin, com desabastecimento de gasolina em regiões mais distantes.
A rede ferroviária russa também foi objeto de ações. No fim da noite de sábado, na região de Oriol (oeste), três pessoas morreram quando um explosivo destruiu uma seção da linha férrea. Já neste domingo, dois trens descarrilaram por suposta sabotagem também na área de Leningrado, perto de São Petersburgo, matando ao menos uma pessoa.