Rio da Amazônia chega a incríveis 100 graus e surpreende pesquisadores
Suas águas chegam a cozinhar pequenos animais em segundos e despertam a curiosidade de cientistas que investigam sua origem e os impactos no ecossistema local

A Amazônia sempre surpreende com fenômenos naturais únicos, mas poucos sabem que nela existe um rio capaz de alcançar temperaturas próximas a 100 ºC.
Chamado de Shanay-Timpishka, ou simplesmente Rio Fervente, ele está localizado no Peru e é considerado o rio mais quente do mundo fora de regiões vulcânicas.
Suas águas chegam a cozinhar pequenos animais em segundos e despertam a curiosidade de cientistas que investigam sua origem e os impactos no ecossistema local.
Rio da Amazônia chega a incríveis 100 graus e surpreende pesquisadores
Durante séculos, o rio fervente da Amazônia foi tratado como mito. Povos indígenas contavam histórias sobre um espírito em forma de cobra gigante que aquecia as águas, enquanto exploradores espanhóis registravam relatos duvidosos. Como não existem vulcões na região, muitos acreditavam que tudo não passava de lenda.
A virada aconteceu em 2011, quando o geólogo peruano Andrés Ruzo decidiu investigar o que ouvia desde criança nos relatos do avô.
Com autorização das comunidades indígenas, ele percorreu mais de seis quilômetros do rio e mediu temperaturas médias de 86 ºC, chegando a 99 ºC em alguns pontos. O estudo comprovou cientificamente a existência do fenômeno, que intriga especialistas até hoje.
Por que o rio é tão quente?
Ainda não existe consenso sobre a origem do calor extremo. Uma das hipóteses levantadas é que águas vindas das geleiras dos Andes se infiltram profundamente no subsolo, aquecem por processos geotérmicos e ressurgem ferventes na Amazônia. Mas essa explicação não foi comprovada, e a ciência segue investigando.
O impacto do calor no ecossistema
O Shanay-Timpishka funciona como um laboratório natural. Em 2024, um estudo publicado na Global Change Biology, conduzido por pesquisadores do Peru e dos Estados Unidos, analisou durante um ano as variações de temperatura do ar em torno do rio. Em áreas próximas às águas ferventes, a média anual chegou a 29 ºC, com picos de 45 ºC.
Essa diferença de calor afeta diretamente a vegetação. Árvores como a Guarea grandifolia apresentaram dificuldade de crescer, enquanto espécies resistentes a altas temperaturas, como a sumaúma-barriguda gigante (Ceiba lupuna), conseguiram se adaptar melhor.
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O fenômeno mostra como o calor pode alterar a distribuição de plantas e, possivelmente, de insetos e animais na região.
O que a ciência aprende com o rio fervente
Mais do que uma curiosidade da Amazônia, o rio fervente é um alerta. Ele mostra como ecossistemas podem reagir ao aumento das temperaturas, algo diretamente ligado às mudanças climáticas.
Espécies adaptadas a ambientes extremos tendem a sobreviver, mas muitas outras sofrem com o calor.
Para os pesquisadores, estudar esse fenômeno ajuda a prever quais plantas poderiam resistir a futuros cenários de aquecimento global e como preservar a biodiversidade da floresta amazônica.
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