Estudo realizado pela UFG descobre que cera de ouvido pode ajudar a detectar câncer

Pesquisa aponta que análise do cerúmen apresenta resultados promissores para diagnóstico precoce da doença

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Estudo realizado pela UFG descobre que cera de ouvido pode ajudar a detectar câncer
(Foto: Divulgação)

Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que a cera de ouvido pode se tornar uma aliada importante na detecção precoce do câncer.

De acordo com os pesquisadores, o cerúmen acumulado no ouvido possui valor científico capaz de indicar alterações de saúde antes mesmo do surgimento do tumor.

Para o doutor em química João Marcos Gonçalves Barbosa, esse avanço representa um ganho fundamental.

“Tempo é um fator crucial no diagnóstico de câncer. Quanto mais precoce a manifestação oncológica é detectada, maiores são as chances de uma intervenção clínica que leve à remissão completa da doença”, destacou.

João Marcos Barbosa integrou Projeto Cerúmen, do Instituto de Química da UFG. (Foto: Arquivo Pessoal)

O projeto, chamado Cerúmen, foi idealizado há dez anos pelo professor Nelson Roberto Antoniosi Filho. Além do câncer, também tem mostrado resultados promissores no diagnóstico de doenças como diabetes e está em desenvolvimento para investigar enfermidades neurodegenerativas.

A iniciativa recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2025 e é realizada em parceria com o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), referência no tratamento oncológico.

Segundo Barbosa, o método abre novos caminhos para a medicina científica e pode impactar diretamente a saúde da população.

“A relevância do trabalho é evidente, já que envolve estratégias de diagnóstico precoces e acessíveis para uma das maiores causas de mortalidade do mundo, o câncer”, explicou.

Os testes envolveram 751 voluntários. Entre eles, 220 não tinham diagnóstico de câncer, mas em cinco casos a análise do cerúmen identificou substâncias atípicas que serviram como indícios da doença — posteriormente confirmada por exames convencionais.

Já entre os 531 participantes que estavam em tratamento oncológico, o método apresentou 100% de precisão na identificação da doença.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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