Eles têm o mesmo nome e sobrenome, nasceram no mesmo dia e disputam número de CPF

Essa coincidência inusitada gerou um erro nos registros e trouxe mais de 20 anos de transtornos para os dois

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Eles têm o mesmo nome e sobrenome, nasceram no mesmo dia e disputam número de CPF
(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O CPF é um dos documentos mais importantes do brasileiro, mas imagine descobrir que você divide o mesmo número com outra pessoa.

Parece impossível, mas foi exatamente o que aconteceu com dois homens que, além de terem o mesmo nome e sobrenome, nasceram no mesmo dia.

Essa coincidência inusitada gerou um erro nos registros e trouxe mais de 20 anos de transtornos para ambos.

Eles têm o mesmo nome e sobrenome, nasceram no mesmo dia e disputam número de CPF

Tudo começou em 2005, quando Gilmar José da Silva, de Maringá (PR), percebeu inconsistências no seu CPF.

Nascido em 11 de setembro de 1963, ele descobriu que existia outro Gilmar José da Silva, nascido no mesmo dia em Arroio do Tigre (RS).

A duplicidade do documento fez com que os dois fossem confundidos por bancos, órgãos públicos e até pelo INSS.

Prejuízos que duraram anos

A situação gerou dores de cabeça sem fim. Houve casos em que valores de aposentadoria foram pagos de forma errada, contas bancárias tiveram descontos indevidos e até bens foram vinculados ao CPF errado.

Um dos “Gilmars” chegou a ser negativado por dívidas do outro.

“Perdi meses de aposentadoria, tive dinheiro retirado da conta e até fiquei sem CPF por alguns dias”, contou o morador de Maringá.

As tentativas de solução

Durante anos, os dois procuraram ajuda da Receita Federal e do INSS, além de recorrerem à Justiça. No entanto, as soluções sempre foram parciais.

O problema chegou a ser investigado em uma delegacia de estelionato, diante da suspeita de fraude.

Inclusive, familiares também sofreram bloqueios em suas contas bancárias por movimentar valores ligados ao CPF duplicado.

A descoberta definitiva

A confirmação oficial da duplicidade só veio em agosto de 2025, quando o Gilmar de Maringá conseguiu acessar um extrato bancário em seu CPF e viu transferências suspeitas.

Isso o levou a entrar em contato com a sobrinha do outro Gilmar, que confirmou toda a confusão.

A suspeita é que, na emissão do documento, não houve conferência adequada dos nomes das mães, o que permitiu a duplicidade.

Enfim, uma solução

Após anos de sofrimento, a Receita Federal emitiu um novo CPF para o Gilmar do Rio Grande do Sul. Agora, a família está providenciando a atualização de todos os documentos.

O INSS também já foi comunicado e deve ajustar os benefícios em breve.

Por fim, para os dois aposentados, a expectativa é de finalmente encerrar essa novela que durou décadas.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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