Mudança no vale-alimentação: veja o que pode melhorar para quem recebe o benefício

Reforma em discussão prevê taxas menores, repasses mais rápidos e garantia de que o benefício continue sendo usado apenas para alimentação

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Mudança no vale-alimentação: veja o que pode melhorar para quem recebe o benefício
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vale-alimentação e o vale-refeição, usados por milhões de brasileiros, devem passar por mudanças importantes nas próximas semanas.

O Governo Federal prepara um novo decreto para atualizar as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado há quase cinco décadas para assegurar refeições dignas a quem trabalha com carteira assinada.

A proposta busca modernizar o sistema, baratear as taxas cobradas pelos cartões e garantir que o benefício continue sendo usado exclusivamente para alimentação, sem prejuízo ao trabalhador.

Menos taxas e repasse mais rápido

Entre as alterações em estudo está o limite de 3,5% na taxa cobrada de bares, restaurantes e supermercados nas vendas feitas com cartões de vale. Essa taxa, chamada de MDR (Merchant Discount Rate), varia de acordo com a empresa operadora e muitas vezes reduz o valor efetivo repassado ao comércio.

O Executivo também pretende reduzir o prazo de repasse dos pagamentos. Hoje, os estabelecimentos recebem o valor das vendas em até 30 dias; a ideia é diminuir esse tempo para dois dias úteis, o que ajudaria pequenos negócios e traria mais agilidade ao sistema.

Benefício continua garantido

Apesar das discussões sobre abrir o mercado para novas operadoras, o governo deve manter a regra que limita o uso do benefício à compra de alimentos e refeições, evitando que ele possa ser transferido ou usado para outros fins.

A  Central Única dos Trabalhadores (CUT), por exemplo, defende que a modernização é bem-vinda, desde que não descaracterize a finalidade social do programa.

“Apoiamos a inovação, mas o vale precisa continuar servindo para colocar comida na mesa do trabalhador, não para apostas ou outros gastos”, afirmou Marcelo Rodrigues, dirigente nacional da entidade ao PlatôBR.

Mais liberdade e competitividade

Outra mudança em análise é o fim dos arranjos fechados, modelo em que cada operadora — como Alelo, Ticket, VR ou Sodexo — só aceita compras em estabelecimentos conveniados. Caso a nova regra avance, os trabalhadores poderão usar o cartão em qualquer restaurante ou supermercado, independentemente da bandeira.

Para o Governo Federal, a medida deve aumentar a concorrência e melhorar os serviços. Já representantes do setor pedem cuidado para evitar rupturas no mercado de benefícios.

Expectativa

O novo decreto deve ser publicado ainda em outubro. Se confirmadas, as mudanças poderão reduzir custos, ampliar a rede de aceitação e garantir mais transparência — sem abrir mão do direito conquistado por gerações de trabalhadores brasileiros.

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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