Maior que vários países da Europa, cidade brasileira virou uma espécie de cidade fantasma; entenda o motivo

Apesar de ter território maior que Bélgica e Israel juntos, cidade tem densidade populacional baixíssima e vastas áreas intocadas pela urbanização

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Maior que vários países da Europa, cidade brasileira virou uma espécie de cidade fantasma; entenda o motivo
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Velho)

Poucas pessoas imaginam que, no coração da Amazônia, existe uma cidade brasileira maior que vários países da Europa. Trata-se de Porto Velho, capital de Rondônia, cuja extensão territorial impressiona até os geógrafos mais experientes.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui 34.091 km², tornando-se a maior capital do Brasil em área — ultrapassando nações inteiras como Bélgica (30.688 km²) e Israel (22.145 km²).

Mas, apesar das dimensões continentais, menos de 1% desse território é urbanizado. O restante é formado por florestas densas, rios caudalosos e comunidades ribeirinhas isoladas, o que faz de Porto Velho uma espécie de “cidade fantasma” em escala territorial, onde a natureza domina quase tudo.

Uma capital imensa, mas quase vazia

Com aproximadamente 460 mil habitantes, Porto Velho apresenta uma densidade demográfica de apenas 13 pessoas por quilômetro quadrado — o equivalente a um campo de futebol para cada morador.

A comparação com outras cidades brasileiras é espantosa: São Paulo, por exemplo, tem uma área 22 vezes menor, mas abriga milhões de pessoas, com mais de 7.200 habitantes por km². A diferença mostra como a capital rondoniense combina dimensões continentais com uma ocupação extremamente concentrada.

Se fosse um país, Porto Velho teria espaço de sobra. A Bélgica caberia inteira dentro do município e ainda sobrariam milhares de quilômetros quadrados. Já em Israel, com seus 9,5 milhões de habitantes distribuídos em 22 mil km², a densidade é quase oposta — um território pequeno, porém intensamente povoado.

Florestas, rios e fronteira internacional

O território de Porto Velho abriga uma das maiores áreas preservadas de floresta amazônica entre as capitais brasileiras. Grande parte do município é cortada por rios, sendo o rio Madeira o mais imponente.

A cidade possui 14 distritos, muitos deles ribeirinhos e de difícil acesso, como Abunã, Calama, Extrema, Nazaré, Nova Califórnia e São Carlos. Em alguns locais, o deslocamento só é possível por barco ou pequenas estradas de terra, reforçando o isolamento que dá à capital o aspecto de um território quase inabitado.

Outro dado curioso é que Porto Velho é a única capital do Brasil que faz fronteira com outro país: a Bolívia. Embora o centro urbano esteja a cerca de 150 km da divisa, distritos como Fortaleza do Abunã e Extrema fazem limite direto com o território boliviano.

Um gigante silencioso

A grandiosidade de Porto Velho contrasta com o ritmo pacato de seus moradores e a vastidão de sua paisagem natural. Entre rios, matas e pequenas comunidades, a capital rondoniense é um gigante adormecido, onde o espaço parece infinito e o tempo segue outro compasso.

Em um país de megacidades e trânsito intenso, Porto Velho permanece como uma lembrança viva de que, em alguns lugares do Brasil, a natureza ainda é quem dita as regras.

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Isabella Valverde

Isabella Valverde

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com passagens por veículos como a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo no estado. É editora do Portal 6 e especialista em SEO e mídias sociais, atuando na integração entre jornalismo de qualidade e estratégias digitais para ampliar o alcance e o engajamento das notícias.

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