Não é pelo salário: a motivação que a Geração Z tem para trabalhar, segundo recrutadores

Especialistas identificam uma mudança inesperada na forma como jovens enxergam suas carreiras atuais

Magno Oliver Magno Oliver -
Não é pelo salário: a motivação que a Geração Z tem para trabalhar, segundo recrutadores
Até o fim de 2025, geração Z deve corresponder a 30% da força de trabalho das empresas. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A chegada da Geração Z ao mercado de trabalho vem provocando transformações profundas no comportamento corporativo e especialistas estão de olhos nisso.

Recrutadores afirmam que, ao contrário do que predominava em gerações anteriores, o salário deixou de ser o principal fator decisório desses jovens ao escolherem uma vaga.

Embora busquem remuneração justa, o que move esse grupo é algo mais amplo e conectado à forma como enxergam propósito, bem-estar e impacto social.

No Brasil, 74% dos empregadores afirmam que candidatos entre 18 e 27 anos estão mais exigentes na hora de negociar a remuneração, segundo nova pesquisa da consultoria Robert Half.

Na análise, em 41% das empresas no país, a percepção é de que os jovens se tornaram “muito mais exigentes” em relação ao salário.

Enquanto isso, apenas 24% dos recrutadores disseram o mesmo sobre os Millennials. No caso da Geração X, o índice cai para 18%, e entre os Baby Boomers, para apenas 9%.

Segundo a análise, a nova geração procura ambientes onde possa desenvolver habilidades, aprender continuamente e ser tratada como parte ativa das decisões.

Para esses jovens, trabalhar não é apenas cumprir carga horária: é participar de algo significativo, que dialogue com seus valores, sua autonomia e seu estilo de vida. Isso coloca pressão sobre empresas que ainda operam com modelos rígidos e hierarquias inflexíveis.

Segundo um estudo da Deloitte, 89% dos jovens dessa faixa etária consideram ter um senso de propósito essencial para a satisfação no trabalho e bem-estar pessoal.

É a busca por saúde mental e equilíbrio. A Geração Z prioriza empresas que ofereçam ambientes psicológicos seguros, políticas de flexibilidade e ações reais de inclusão. Não se trata de benefícios simbólicos, mas de práticas estruturadas que demonstram compromisso com o bem-estar do time.

Além disso, esses jovens valorizam a transparência das organizações. Eles querem clareza sobre caminhos de crescimento, cultura e expectativas, evitando locais onde prevaleçam discursos desconectados da prática. A autenticidade, apontam especialistas, tornou-se moeda forte no processo de contratação.

Com essas mudanças, empresas que desejam atrair talentos da Geração Z precisam enxergar o trabalho sob uma nova perspectiva. Mais do que oferecer salários competitivos, é necessário construir ambientes humanos, inclusivos, flexíveis e que permitam evolução constante. Afinal, para essa geração, a motivação profissional começa onde o simples pagamento termina.

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Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

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