Descoberta a 2,5 km de profundidade revela navio intacto e pode mudar a arqueologia

Naufrágio do século XVI encontrado no Mediterrâneo funciona como cápsula do tempo e ajuda a entender o comércio marítimo da época

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Descoberta a 2,5 km de profundidade revela navio intacto e pode mudar a arqueologia
Naufrágio do século XVI encontrado a 2,5 km de profundidade revela detalhes do comércio marítimo do Renascimento (Foto: Reprodução)

Cientistas localizaram um navio mercante do século XVI a 2,5 quilômetros de profundidade, no fundo do mar Mediterrâneo, em uma descoberta considerada histórica para a arqueologia subaquática.

A embarcação permaneceu praticamente intacta por mais de 400 anos, protegida pela escuridão, pela baixa temperatura e pela alta pressão do oceano.

O achado ocorreu próximo à costa de Saint-Tropez, na França, e chamou a atenção pelo nível de preservação. Segundo especialistas, trata-se de uma das descobertas mais profundas já feitas no país nesse campo de pesquisa.

Naufrágio funciona como cápsula do tempo

O achado funciona como uma cápsula do tempo com itens do Renascimento intactos após séculos no fundo do mar (Foto: Reprodução)

O navio, batizado provisoriamente de Camarat 4, media cerca de 30 metros e fazia parte das rotas comerciais do período renascentista.

Dentro da embarcação, os pesquisadores encontraram quase 200 jarros de cerâmica, muitos deles com símbolos religiosos, além de lingotes de ferro, utensílios domésticos, canhões, munições e instrumentos de navegação.

Esse conjunto revela detalhes importantes sobre como funcionava o comércio marítimo no Mediterrâneo durante o Renascimento. Ao mesmo tempo, ajuda a entender hábitos, rotas e mercadorias transportadas na época.

Tecnologia moderna permitiu a descoberta

Para alcançar tamanha profundidade, a equipe utilizou veículos submarinos controlados à distância, equipados com câmeras de alta definição, braços robóticos e sistemas de mapeamento em 3D.

Dessa forma, os cientistas evitaram qualquer contato direto com o navio, reduzindo riscos de danos.

A operação envolveu o órgão francês de arqueologia subaquática e a Marinha Francesa. Segundo os pesquisadores, a tecnologia atual permite explorar áreas antes inacessíveis, ampliando as fronteiras da arqueologia.

Achado bate recorde e gera alerta ambiental

“Camarat 4” era um navio mercante do século XVI preservado nas profundezas do Mediterrâneo (Foto: Reprodução)

Além do valor histórico, o naufrágio bateu um recorde de profundidade na arqueologia subaquática francesa. No entanto, a expedição também revelou um dado preocupante: mesmo a grandes profundidades, os cientistas encontraram lixo moderno, como plásticos e redes de pesca.

O contraste reforça o impacto humano nos oceanos e mostra que nem mesmo regiões extremas estão livres da poluição.

Próximos passos da pesquisa

Agora, os pesquisadores planejam retirar alguns objetos de forma controlada, preservá-los em laboratório e criar um registro digital completo do naufrágio. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre o passado sem comprometer a integridade do local.

Com isso, a descoberta não apenas reescreve parte da história marítima, mas também mostra como ciência e tecnologia caminham juntas para revelar segredos escondidos há séculos.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

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