Tecnologia cria tijolos reciclados que encaixam como Lego e montam casas rapidamente
Blocos feitos de plástico reciclado dispensam cimento, reduzem custos e permitem erguer moradias e escolas em poucas horas

O que antes era lixo jogado fora agora pode virar parede, escola e até casa pronta para morar. Uma tecnologia que transforma plástico descartado em tijolos modulares — com encaixe semelhante ao de peças de Lego — está ganhando espaço como alternativa para construir com velocidade, economia e impacto ambiental menor.
Em vez de entulho, barulho e semanas de obra, a proposta é simples: montar estruturas como se fosse um sistema de blocos, com encaixe sob pressão e sem necessidade de cimento para garantir a união.
A ideia já vem sendo aplicada em projetos de alcance global, incluindo iniciativas relacionadas à Unicef, que apontam o uso desses blocos como uma maneira de enfrentar dois problemas ao mesmo tempo: o acúmulo de resíduos plásticos e o déficit habitacional em regiões vulneráveis.
Em vários locais, o modelo vem sendo utilizado na construção rápida de escolas e moradias, especialmente onde a urgência é maior e a infraestrutura tradicional não chega com facilidade.
O processo começa com a coleta do plástico descartado, que passa por trituração, derretimento e moldagem. A partir disso, surgem blocos padronizados, resistentes e preparados para formar paredes e estruturas inteiras.
Como o sistema é modular, os tijolos são encaixados uns nos outros, sem argamassa e sem a demora típica das construções de alvenaria. Na prática, uma equipe consegue erguer uma parede completa em poucas horas — e, em alguns casos, finalizar uma casa em questão de dias, pronta para uso imediato.
Além da velocidade, a tecnologia também chama atenção pelo impacto no bolso. O custo final pode ser até 40% menor em comparação a métodos tradicionais, principalmente porque reduz o uso de argamassa e diminui a necessidade de mão de obra especializada em etapas básicas da estrutura.
A obra também se torna mais limpa e silenciosa, sem aquelas montanhas de entulho geradas por reformas e construções convencionais.
Apesar da leveza aparente, os blocos são desenvolvidos para garantir segurança. Eles são à prova d’água, resistentes ao fogo e têm uma flexibilidade natural que ajuda a estrutura a suportar tremores de terra sem as rachaduras comuns em materiais rígidos.
Isso faz com que a tecnologia seja vista não apenas como uma solução sustentável, mas também como um modelo viável para terrenos e regiões onde a instabilidade do solo ou o clima extremo costumam ser obstáculos para construções comuns.
Mais do que uma inovação de engenharia, o sistema modular virou ferramenta social. Ao permitir que escolas sejam montadas rapidamente em áreas remotas e casas sejam erguidas com rapidez para famílias em situação de vulnerabilidade, o método devolve dignidade com urgência — e ainda tira toneladas de plástico do caminho, impedindo que resíduos terminem em aterros ou nos oceanos.
No fim, a ideia de “montar uma casa” deixa de ser metáfora e se transforma em um novo modelo de habitação: rápido, sustentável e com potencial para mudar realidades onde o teto não pode esperar.
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