Edivânia foi esfaqueada e morta na frente das filhas, afirma delegado de Anápolis
O delegado Renato Sampaio Cavalheiro, responsável pela investigação do assassinato de Edivânia Mota Pereira, de 34 anos, morta à facadas pelo marido, Jansen Ricardo Gazoli, de 40, no dia 04/10, revelou nesta terça-feira (11) ao G1 que as filhas da vítima presenciaram todo o homicídio.
Segundo o delegado, a criança mais velha contou que “na noite anterior ao crime, Edivânia e o marido discutiram, mas não houve nenhuma agressão física entre eles. Aí, a mãe decidiu dormir no quarto com ela e a irmã. Durante a madrugada, quando chovia muito, as crianças acordaram com os gritos da mãe. A menina disse que viu o padrasto esfaqueando a mulher”.
De acordo com a investigação, Jansen fugiu de casa dizendo a criança que ia buscar ajuda e deixou-as sozinhas enquanto a mulher agonizava, mas que não retornou. A criança de dez anos pegou uma toalha para tentar socorrer a mãe e assim que percebeu que Jansen não voltaria, chamou a vizinha para pedir ajuda. Edivânia morreu no local.
Parentes relataram à Polícia Civil que o casal discutia muito, mas Jason não costumava ser violento. No dia 11 de setembro, porém, a vítima abriu uma ocorrência de violência doméstica contra o marido.
Edivânia vivia com Jansen há seis anos e a dois assinaram a declaração de união estável.
Capturado
Jansen fugiu após o crime, mas foi encontrado na casa da mãe, em Americana (SP) na última sexta-feira (07). Não houve resistência por parte dele, que confessou o assassinado. Segundo a Polícia Militar, Jason chegou à São Paulo pegando carona.
Ele segue preso na cadeia pública de Sumaré (SP), cidade vizinha a Americana e a transferência para Anápolis ocorrerá ainda essa semana.
O acusado já tinha passagem na polícia por por estelionato, receptação, roubo, e formação de quadrilha. Agora, segundo o delegado, ele será indiciado por feminicídio. Se condenado, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Crianças
A irmã da vítima, Josefa Benilda Pereira, de 42 anos, veio de Minas Gerais para Anápolis e está com a guarda provisória das duas crianças.
“Ficarei com elas por 30 dias e depois minha mãe virá da Bahia para que a gente possa resolver tudo. Se depender de mim, fico com elas, pois as duas já sofreram demais e agora quero que elas tenham, na medida do possível, uma vida tranquila, como toda criança merece”, disse.
Josefa ainda conta que a filha mais velha de Edivânia está muito abalada e a mais nova ainda acredita que a mãe está no hospital. O Conselho Tutelar da cidade prometeu apoio psicológico para as crianças.