Mototaxistas e taxistas de Anápolis paralisarão a Câmara nesta segunda (20)

Caso não sejam atendidos em suas pautas, SindMoto adianta que optará pela radicalização e deixará de pagar impostos à Prefeitura

As reações a entrada da Uber em Anápolis tem mais um capítulo programado para esta segunda-feira (20). É que, juntos, os sindicatos dos mototaxitas e taxistas estarão na Câmara Municipal de Anápolis a partir das 08h30 para uma manifestação que deve paralisar o movimento no local.

Em conversa com a reportagem do Portal 6, o presidente do SindMoto, Luciano Coruja, disse que a pauta é pela cobrança de fiscalização da Uber e regulamentação do serviço concorrente na cidade. Conseguir isso, segundo o sindicalista, traria mais equidade entre todos os prestadores de transporte. Outra opção, lembra Luciano, seria eliminar os impostos e licenças cobradas pela Prefeitura a ambas categorias.

“Como todo mundo está falando que há uma carência no número de transporte e no número de táxi e mototáxi, então regulamenta eles [Uber] e aí acaba a carência. Hoje temos 202  [licenças de] taxis e 200 [licenças de] mototaxista na cidade.Foram abertas 300 vagas há cinco anos atrás, que nunca conseguiram preencher pela burocracia. Se o Uber pode operar com carro de 2008, e sem pagar impostos, e o mototáxi só pode operar com moto ano 2015 e ainda tem que pagar imposto, fica complicado”, comenta.

Caso não sejam atendidos pelos poderes Legislativo e Executivo de Anápolis, os mototaxistas optarão pela radicalização. Questionado se houve queda no número de viagens de mototáxi com a entrada da Uber, Luciano respondeu que sim.

“Se de tudo não se resolver nós mototaxistas vamos dar baixa na nossa inscrição e trabalhar somente no aplicativo que vou lançar no mês que vem. Aí fica de igual para igual com a Uber”, desafia.

‘Aberta ao diálogo’

Procurado, o presidente da Câmara Municipal de Anápolis, Amilton Filho (SDD), disse que não tinha conhecimento da manifestação. Segundo ele, ainda não há nenhum projeto de Lei sobre a Uber tramitando na Casa.

“Os taxistas e mototaxistas são muito bem vindos ao Legislativo. Ainda não fui procurado por ninguém. Meu posicionamento é que a Uber não é ilegal, mas necessita de regulamentação”, opina.

Conforme Amilton, na Câmara os manifestantes serão recebidos pelos vereadores.

“A Câmara está aberta ao diálogo. Vamos ouvir os taxistas e [os motoristas da] Uber. Tem uma comissão de transporte constituída que certamente irá se posicionar a respeito”, adianta.