Mãe que perdeu o filho após reencontrá-lo ainda tenta enterrar corpo em Anápolis

Se for necessário fazer exame de DNA pode ser que a família tenha de esperar mais 30 dias para conseguir sepultar o jovem

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Mãe que perdeu o filho após reencontrá-lo ainda tenta enterrar corpo em Anápolis

Passaram cinco dias que Brenner Ezequiel Cerqueira Dantas morreu no Hospital Regional de Ceilândia e a mãe dele, Núbia Cerqueira Dantas, de 40 anos, ainda não conseguiu trazer o corpo para enterrar em Anápolis.

Mesmo antes de morrer, uma dia após rever a mãe, o jovem de 21 anos já havia perdido as digitais, situação que, segundo a família, impossibilita a liberação por parte do Instituto Médico Legal (IML) do Distrito Federal.

“Quando ele estava internado parece que uma enfermeira levou um policial até ele para tentar recolher a digital, ele tentou mas não conseguiu e desistiu, ficando por isso mesmo”, disse Silvio Correa, pai de Brenner, à reportagem do Portal 6 na tarde desta terça-feira (12).

Se for necessário fazer exame de DNA pode ser que a família tenha de esperar mais 30 dias para conseguir sepultar o jovem.

Reencontro

Na última quarta (06), Núbia saiu de Anápolis e foi ao encontro do filho, internado como indigente havia seis meses. Uma queloide no joelho e a tonalidade dos olhos foram suficientes para a mãe reconhecê-lo.

No esperado reencontro, a mãe não pôde ouvir a voz de Brenner devido a traqueostomia pela qual foi submetido. A comunicação entre eles teve de ser basicamente com ela falando e ele confirmando com os olhos. A última vez que eles se falaram fora por telefone no dia 30 de outubro de 2013. O jovem estava na Praça do Ancião, no Centro de Anápolis, e depois sumiu.

Despedida

Mãe e filho passaram o último feriado da Independência juntos, mas euforia do reencontro terminou por volta das 04h do dia seguinte. Ao tocar no filho, ela percebeu que ele estava gelado e não apresentava sinais vitais. Os médicos foram chamados, mas nada mais podia ser feito.

“Ele estava muito ferido, machucado e não se movia, mas eu queria ele mesmo que ele fosse ficar assim”, disse Núbia em entrevista ao Jornal de Brasília.

Danilo Boaventura

Danilo Boaventura

Jornalista graduado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduado em Docência em Comunicação pela Faculdade Cidade Verde (PR) e mestrando em Marketing Político pela Universidad del Salvador, de Buenos Aires.

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