Justiça goiana condena irmãs que torturaram e ameaçaram de morte a própria tia
Mãe das garotas também se envolveu no crime e tentou enfiar um vidro de pimenta nas partes íntimas da cunhada
Duas irmãs foram condenadas a mais de nove anos de prisão, por torturarem e constrangerem a própria tia, em Rio Verde, a 295 km de Anápolis. A mãe das garotas e cunhada da vítima também pagará igualmente pela pena.
Consta nos autos que, no final de 2016, uma das irmãs desconfiava que a tia estava se envolvendo amorosamente com o seu marido e decidiu unir a família para se vingar dela.
Juntas, as três pediram para que a vítima cuidasse do filho da mulher supostamente traída, para que elas fossem em uma cartomante.
Assim que chegou na casa da sobrinha, a tia recebeu uma gravata e foi jogada no chão, recebendo vários chutes e tapas no rosto. Duas das mulheres ainda estavam com uma faca e constantemente ameaçavam furar o peito e cortar o pescoço dela.
Em determinado momento, as criminosas amarraram as mãos da vítima e usaram um lençol para amordaça-la e impedir que gritasse.
A mãe das garotas ainda usou da ajuda de uma das filhas para tentar enfiar um vidro de pimenta nas partes íntimas da mulher, mas ela cruzou as pernas e conseguiu evitar o estupro.
Consta ainda na denúncia que ela foi xingada com vários palavrões, inclusive xenofóbicos, agredida com um pedaço de pau com um prego na ponta e ainda sofreu ameças de morte contra a própria vida e dos filhos.
As três também pegaram o celular dela e a obrigaram a gravar um vídeo assumindo ter tido um caso com o marido da sobrinha.
Após todo o sofrimento, a vítima conseguiu fugir da casa e caiu no meio da rua. Uma pessoa que passava pelo local, vendo que ela estava toda machucada, a ajudou a chamar um táxi.
Devido a agressão, a mulher ficou um dia inteiro internada e demorou dois meses para se recuperar dos ferimentos, pois ficou com uma costela quebrada.
Responsável pela condenação, a juíza Tatianne Marcella Mendes Rosa Borges afirmou que o boletim de ocorrência, lado de exame médico, ficha de atendimento da paciente, laudo de exame de lesão corporal e as fotos arquivadas no inquérito foram suficientes para comprovar que o crime foi cometido pela mãe e as irmãs.
Em depoimento, o marido da vítima alegou que tudo ocorreu por inveja, pois o casal vive bem e os filhos são os únicos que possuem pai presente.
A magistrada também condenou as mulheres por injúria e deu a elas o direito de recorrer em liberdade. Além disso, foi expedida uma medida protetiva onde elas são obrigadas a manter distância mínima de 200 metros da tia.