Agonia de idosa que morreu em Anápolis com suspeita de Covid-19 durou longos dias
Na madrugada de 26 de março, ela já estava com síndrome respiratória aguda grave, o estágio final da doença causada pelo novo coronavírus
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As fotos do sepultamento de uma mulher de 75 anos no Cemitério Parque, na região Sudoeste de Anápolis, no final da tarde desta quinta-feira (02), chocaram a cidade.
Ela era uma das pacientes com suspeita de Covid-19 e pode ser a primeira morte em decorrência da doença registrada no município.
Para enterrá-la, os coveiros tiveram de usar máscaras e capas especiais e atenderam a protocolos que remontam ao episódio do Césio 137, ocorrido no final da década de 1980, em Goiânia.
A partir das notas emitidas pela Prefeitura de Anápolis e Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (HUANA), o Portal 6 juntou as peças das informações oficiais para traçar dos detalhes dessa história.
Chegada
Vinda de São Paulo, a vítima teria chegado a Anápolis no dia 18 de março. Os sintomas característicos do novo coronavírus começaram a se manifestar no dia 21, mas ela procurou atendimento na Unidade de Referência em Coronavírus (URC) do Parque Iracema, na região Norte, após três dias.
Horas depois, foi necessário o encaminhá-la à Unidade de Pronto-Atendimento Alair Mafra, na Vila Esperança. Por lá, a idosa ficou por mais um dia.
Transferência
Na madrugada de 26 de março, ela já estava com quadro de síndrome respiratória aguda grave e foi transportada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que chegou às 01h26 ao Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA).
O Comitê de Crise/Covid 19 criado pela unidade afirma ter “seguido todos os protocolos do Ministério da Saúde relacionado ao atendimento, isolamento e tratamento de pacientes com suspeita” da doença.
Morte
O óbito foi confirmado pelos médicos durante a manhã de ontem (02) e o comunicado da Prefeitura de Anápolis, informando a morte, ocorreu pouco antes do enterro.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) garante que as pessoas que tiveram contato com a vítima estão em isolamento domiciliar e não apresentam sintomas provocados pelo novo coronavírus.
Espera
O exame que pode confirmar se a idosa estava mesmo com a doença, e se mais pessoas foram infectadas a partir dela, ainda não foram entregues pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO).