A casa invadida em que falso empresário pode ter abusado de quase 30 mulheres de Anápolis

Todas elas eram atraídas para uma seleção de emprego e só descobriam no local que seriam estupradas

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
A casa invadida em que falso empresário pode ter abusado de quase 30 mulheres de Anápolis

Rua Alarcão, nº 29, Centro de Anápolis. Era esse o endereço onde o falso empresário Ademar Afonso Pedrosa, de 49 anos, pode ter feito quase 30 vítimas de abuso sexual nos últimos dias.

Entender como o homem conseguiu atrair tantas mulheres para o local exige atenção. Isso porque ele enganou várias outras pessoas para, enfim, ter uma “casa de luxo” para cometer os crimes.

Usando o CNPJ de uma transportadora cujo o dono já morreu, Ademar descobriu, a partir do Sistema Nacional de Emprego (SINE), o contato de várias jovens com a promessa de emprego.

Faltava o lugar “perfeito”, que ele conseguiu valendo-se da esperteza. Foi até à uma imobiliária e passou a mesma lábia de ‘empresário interessado em instalar a tal firma de transportes’ ali. Pegou as chaves para conhecer os cômodos e, antes de devolvê-las, tirou cópias de todas em um chaveiro.

Voltou ao casarão, retirou a placa de “aluga-se” e simplesmente invadiu o imóvel.

Todas essas peripécias eram contadas para a ex-esposa, que o advertia, mas Ademar não deu bolas. Era o “crime perfeito”, apostava.

‘Pessoa errada’

O Portal 6 apurou que, até o momento desta publicação, a Polícia Civil já havia contabilizado 27 vítimas de Ademar. Outras mais não estão descartadas.

Porém, foi uma delas que conseguiu ajudar a por fim na sanha sexual daquele homem. Ela chegou ao casarão da mesma forma que as outras: a partir de uma ‘seleção’ de emprego.

Lá, foi orientada por ele a ir ao fundo do quintal e ameaçada com uma faca a ceder às investidas. A jovem não somente se recusou como, surpreendemente, conseguiu tomar a arma branca para se livrar dele e fugir. Um policial amigo foi contatado pela garota e com a ajuda dele Ademar, enfim, foi preso.

Prisão

Patrick Leonardo, que é sargento da Polícia Militar de Goiás, de imediato orientou a moça a registrar a tentativa de estupro na Polícia Civil e acionou os superiores dele no 4º BPM para irem ao casarão.

Várias equipes foram deslocadas ao endereço e conseguiram encontrar Ademar e outras tantas jovens que aguardavam ‘a seleção’.

Detido, o falsário foi levado à Central de Flagrantes da Polícia Civil, que fica a menos de 50 metros dali.

Assim que o camburão da viatura se abriu, algumas mulheres vítimas já estavam no local. Recebido aos gritos de “estuprador”, ele foi ouvido e autuado por violação de domicílio, estelionato e falsa identidade.

Os crimes sexuais também não devem ficar impunes, até porque uma frente de trabalho na Polícia Civil, que inclui três delegadas, já está atuando sobre o caso.

E Ademar, desde a manhã desta quinta-feira (08), desfruta de outro “casarão” chamado Centro de Inserção Social Monsenhor Luiz Ilc, a cadeia pública de Anápolis.

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