Especialistas de Anápolis respondem: é seguro para as crianças voltarem às aulas?

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Especialistas de Anápolis respondem: é seguro para as crianças voltarem às aulas?

Já circulam Brasil afora cartas assinadas por centenas de pediatras que avaliam que as crianças podem retornar às salas de aula, apesar da pandemia da Covid-19, que já matou mais de 200 mil pessoas só no país.

Os profissionais sustentam que, tomando as devidas medidas de segurança, como uso de máscara e álcool em gel, não há problema em os pequenos voltarem a estudar, uma vez que são poucos os casos de complicações pela doença nesta faixa etária.

Em Anápolis, o ano letivo está previsto para começar no início de fevereiro e as escolas particulares de ensino infantil já se preparam para receber os alunos. Atualmente, essas instituições podem funcionar com 30% da capacidade.

“O protocolo é tranquilo de seguir. Temos que continuar seguindo normas, como não deixar que pais entrem nas salas de aula e medir a temperatura na entrada. Se tiver febre, não entra e chamamos a família”, explicou Emerson Rodovalho, presidente da Comissão de Crise das Escolas Particulares de Anápolis (Assepa).

“Se tiver mais um ou dois casos de febre, vamos isolar a turma. De zero a seis anos a máscara não é obrigatória, por vários riscos, como asfixia, mas tudo é higienizado. Disponibilizamos álcool gel, água, sabão e distanciamento social. Estamos preparados para atender com capacidade de 100%”, acrescentou.

A Assepa, de acordo com Emerson, ainda se reunirá com autoridades da Câmara Municipal nos próximos dias para discutir a possibilidade da volta total dos alunos.

Também nesta semana, a Prefeitura de Anápolis divulgou um comunicado, afirmando que está analisando a situação da pandemia na cidade, para então anunciar como será a retomada de aulas presenciais no município.

Para Emerson, que também é professor, é ideal não só retornar, mas também ofertar atendimentos psicológicos para as crianças, que desenvolveram possível quadro de ansiedade, obesidade ou outros transtornos durante o isolamento.

“A escola é a maior parceira da criança. A gente só quer trabalhar e trabalhamos com vidas. Nunca colocaríamos nossos alunos em risco”.

Mas e o que dizem os especialistas?

A reportagem do Portal 6 conversou com dois especialistas e realizou a seguinte pergunta: Afinal, é seguro para as crianças voltarem às aulas?

Infectologista, o médico Marcelo Daher defende que o retorno dos estudos deve acontecer de acordo com o aumento ou estabilização dos casos de Covid-19 na cidade.

“Meu posicionamento é que em ambientes controlados a volta às aulas é possível. Se nós estamos com restaurantes abertos e todo o outro restante aberto, por que não voltar às aulas? Agora se nós tivermos uma situação crítica, onde existe risco de lockdown ou de voltar o fechamento, a gente precisava rever”, explicou.

Mesma avaliação tem a pediatra intensivista Gina Tronconi. Para a profissional, as crianças devem voltar para a escola desde que seja seguido os protocolos de segurança. O sistema híbrido, que intercala aulas presenciais e online, também seria uma opção, segundo a profissional.

“A gente visualiza uma falta de respeito com as normas. É notório. Tenho visto pela cidade que não tem aula, mas as crianças estão nos shoppings, nos parques. Com toda segurança e com todas as normas da Organização Mundial da Saúde, se houver um ensino híbrido, eu concordo com a volta às aulas”, sustentou.

“Tem que manter distanciamento, álcool gel com abundância e professores protegidos. Aqueles com fatores de riscos, idosos, diabéticos e hipertensos, não podem voltar. Os alunos também precisam ser conscientizados. Sou adepta que cada um leve seu álcool no bolso e use constantemente”, aconselhou.

A pediatra reconhece que o maior risco é as crianças serem vetor de transmissão para pessoas do grupo de risco, como idosos. No entanto, se os pais que levam crianças aos parques e shopping já estão tomando esses cuidados, por que não sair de casa para ir à escola?

“Este é um cuidado que deve ser analisado, porque é o maior problema. Mas as aulas, desde que sejam híbridas e revezando, tem que voltar, porque do jeito que a gente vê nos parques e nas ruas, não está tendo esse cuidado que a OMS e os estados e municípios têm solicitado”.

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