Variante do coronavírus encontrada na Índia preocupa mais que as outras, diz OMS
Encontrada em diversos países, nova variante vem provocando números recordes de infecção e morte por Covid-19
ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – A OMS decidiu classificar a linhagem de coronavírus B.1.617, identificada pela primeira vez na Índia, como variante de preocupação global, afirmou nesta segunda a líder técnica da entidade para Covid-19, Maria van Kerkhove.
Segundo ela, números preliminares mostraram que um dos três subtipos dessa linhagem, o B.1.617.2, é mais contagioso que o coronavírus original.
Van Kerkhove disse que mais detalhes sobre a variante serão divulgados nesta terça, mas que não há até o momento evidências de que ela afete diagnósticos e tratamentos usados até agora na pandemia nem que consiga escapar da proteção oferecida pelas vacinas que já estão em uso.
A B.1.617.2 já havia sido designada como “de preocupação” na última sexta, pela Saúde Pública da Inglaterra (PHE). Segundo o órgão britânico, as evidências são de que ela é ao menos tão transmissível quanto a B.117, descoberta pela primeira vez na cidade inglesa de Kent e hoje dominante no Reino Unido.
De acordo com números divulgados nesta segunda (10), já houve mais 233 mil sequenciamentos da B.117 no Reino Unido, e 520 da variante descoberta na Índia. O governo afirma contudo que está seguindo a linhagem de perto porque o número de casos mais que dobrou desde o final de abril.
Segundo a PHE, “atualmente, não há evidências suficientes para indicar que qualquer uma das variantes detectadas recentemente na Índia cause doenças mais graves ou torne as vacinas atualmente implantadas menos eficazes”.
A B.1.617 tem se alastrado no país asiático, provocando números recordes de infecção e morte por Covid-19. Mais de 22 milhões de indianos já contraíram o coronavírus, e as mortes diárias estão em torno de 4.000.
Fora da Índia e do Reino Unido, subtipos da variante já foram sequenciados na Áustralia, Singapura, Estados Unidos, Alemanha e Rússia, de acordo com o acompanhamento do Centro de Vigilância de Patógenos Genômicos em South Cambridgeshire.
Agora são sete as variantes de preocupação: duas identificadas no Brasil (P.1 e P.2), a britânica, sul-africana, a californiana, de Nova York e a indiana.