Conta de energia virá mais cara não só pela crise hídrica, mas também por falta de planejamento
No Brasil, a principal fonte de energia elétrica é a força de nossas águas. Somos dependentes das hidrelétricas para o fornecimento de energia para nossas casas, indústrias, comércio e lazer. A escassez de água, além de impactar no consumo dos brasileiros, também afeta a produção energética do país, o que torna urgente o estabelecimento de soluções.
O país enfrenta hoje a maior crise energética dos últimos 91 anos, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Diante dessa situação crítica, a ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, decidiu reajustar em 52% o valor que pagamos pelo consumo de energia nesse momento de crise hídrica. Com isso, a cobrança adicional nas tarifas passa de R$0,624 para R$0,949 a cada 100 kwh consumidos. Com a medida, a agência regulatória busca forçar os brasileiros a reduzirem o consumo de energia elétrica. Assim, a inflação fica ainda mais pressionada pois gera aumento do preço da energia elétrica e limita o crescimento econômico, pois impede, ou dificulta, a produção de bens e serviços.
Num momento recorde de desemprego e endividamento das famílias brasileiras e colapso econômico, o reajuste é mais um peso para o cidadão e para o setor produtivo, somado com aumento da inflação, do gás e da gasolina. Isso é resultado de uma falta de planejamento, monitoramento e investimentos do governo, e sem dúvidas, será o grande entrave para a retomada econômica.
É preciso combater essa crise com urgência, com planejamento energético, ações prioritárias do setor público, soluções integradas, participação da sociedade, órgãos técnicos e ciência. Caso contrário, milhares de brasileiros seguem fazendo milagres para pagarem as contas no final do mês e não ficarem sem esse serviço essencial, a eletricidade.
Márcio Corrêa é empresário e odontólogo. Preside o Diretório Municipal do MDB em Anápolis. Escreve todas as segundas-feiras. Siga-o no Instagram.
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