Programas sociais são estratégias de retomada econômica
A despeito das lendas urbanas, nunca houve comprovação em qualquer estudo na sociedade brasileira de que a promoção de programas assistencialistas tivesse o efeito de acomodar a população de baixa renda. Fruto, em muitos casos, do preconceito social de que a pobreza e a desigualdade social são oriundos de falta de ambição e indisposição para o trabalho, esta tese perseverou por décadas em determinadas camadas sociais.
Hoje, em um mundo às vésperas do pós-pandemia, não somente o Brasil, mas o mundo ocidental – incluindo países com IDH e PIB bem superior ao nosso – debate estratégias para uma maior participação do Poder Estatal na vida econômica da sociedade. O assistencialismo estatal no Brasil é uma necessidade ao combate à desigualdade social e, agora, torna-se uma demanda para a retomada econômica.
Para o ex-economista chefe do Banco Mundial Branko Milanovic, um dos maiores estudiosos da desigualdade no mundo, a tendência para a próxima década é haver uma maior participação estatal na economia privada. Mais do que estender a mão para uma ajuda a um banco ou a quem tem fome, a estratégia é uma demanda para a manutenção do nosso sistema e a garantia de retomada econômica, afinal, mais dinheiro circulando em espécie ou em produtos manufaturados, mais incentivo à roda da economia mundial.
Com este cenário, fechamos o foco em nosso Estado de Goiás e no conjunto de políticas públicas sociais desenvolvidas pelo Governo Ronaldo Caiado. A partir disto, torna-se cristalino perceber que a ajuda assistencial a quem precisa de auxílio para pagar o aluguel, para comprar alimentos, para se manter em sala de aula (todos projetos em atividade mantidos pelo Governo Estadual) interfere para muito além dos beneficiados integrantes do Cadastro Único. O dinheiro recebido através dos cartões sociais é o mesmo que embala a retomada econômica aquecendo os comércios locais, as indústrias goianas e promove uma valorização imobiliária das regiões beneficiadas.
Em Anápolis, na última semana, 800 famílias anapolinas foram beneficiadas pelo programa goiano “Pra Ter Onde Morar – Aluguel Social”. Elas receberam os cartões sociais com o auxílio. O programa hoje atende 40 cidades goianas, portanto, é fácil perceber que a ajuda social do primeiro momento torna-se a garantia de pagamento de aluguel de um imóvel em ato contínuo.
De acordo com o programa, por 18 meses, serão entregues R$ 350, para cada família. A meta é atingir 30 mil famílias goianas. Isto significa dizer que 30 mil imóveis em Goiás terão o seu aluguel garantido por um ano e meio, um sinal evidente de que a economia será impulsionada a partir de um ganho social e de dignidade indelével para um momento tão difícil.
Com a compreensão desta complexa rede econômica, e o investimento necessário, é possível mensurar a profundidade do impacto positivo da ação do Governo de Ronaldo Caiado na vida dos goianos, sejam eles os que precisam de ajuda num primeiro momento, ou aqueles que deverão ser beneficiados num efeito desta ação social. O mais importante é que a ajuda, tão necessária neste momento de recuperação econômica, irá chegar para todos.
Amilton Filho é advogado e deputado estadual pelo Solidariedade. Escreve às quintas-feiras. Siga-o no Instagram.
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