6 crimes que ocorreram em Goiás e chocaram todo o Brasil em 2022
Feminicídios, assassinatos a sangue frio e agressões por motivações machistas estiveram nos destaques policiais ao longo do ano
Em 2022, moradores de Goiás se chocaram com crimes que tiveram como vítimas crianças e mulheres. Nos casos de grande repercussão, a violência nas ruas e dentro da casa de muitas famílias veio, na maior parte dos casos, de pessoas próximas das vítimas: mãe, companheiros, amigos e conhecidos da família.
Em algumas situações, porém, a comoção de uma mulher ao presenciar uma cena de violência contra uma desconhecida despertou a fúria de um estranho. É o que aconteceu com a enfermeira Leidiane Rodrigues Nazário, de 35 anos, em novembro deste ano.
Leidiane foi atropelada de carro por um homem que agredia a esposa no meio da rua do Bairro Jardim Abaporu, em Goiânia, após avisar que iria chamar a polícia. Ela foi arrastada por cerca de 20 metros até bater em um poste e, depois de passar por três cirurgias, ainda deve levar meses até se recuperar.
Também em Goiânia, a estudante de direito Isabella Lacerda, de 20 anos, sofreu uma sessão de tortura e espancamento do agora ex-namorado Thiago Brandão Abreu, de 40 anos. Ela foi agredida com mordidas, socos e coronhadas de arma de fogo por cerca de três horas e, além do crime em si, a motivação revoltou quem acompanhou o caso: segundo a vítima, o companheiro bateu nela por beber cerveja “sem a permissão” dele.
Outra mulher foi vítima de violência de gênero em um caso que abalou Rio Verde. O policial militar Rafael Martins Mendonça assassinou a enteada e a esposa, atirando primeiro na menina, de 03 anos, para causar sofrimento à mãe. As execuções ainda foram assistidas por outra filha da mulher, de 05 anos, que foi baleada, mas conseguiu fugir. A imagem, descrita por testemunhas, da garotinha pedindo ajuda enrolada em um edredom e, também, para ir para a escola, onde se sentia segura, comoveu todo o estado.
Outra imagem, porém, assombrou os moradores de Edéia, no sul de Goiás: quando Izadora Alves de Faria, de 30 anos, que confessou ter envenenado, afogado e assassinado a facadas as duas filhas, de 06 e 10 anos, foi encontrada por cães farejadores em um matagal. As meninas foram achadas mortas pelo pai dentro de casa, em setembro deste ano. Izadora deu detalhes de como cometeu o crime e, segundo a Polícia Civil, não demonstrou arrependimento.
Em Anápolis, outro caso emblemático. Uma adolescente de 17 anos foi encontrada, em junho, em um baú com parte do corpo queimado após dias desaparecida. Ela havia saído de casa para ir a uma festa. Yasmim Kerolly Costa da Silva foi achada por um caseiro que passava de moto por uma região de chácaras. Três pessoas foram presas durante a investigação, entre elas o ex-namorado da vítima. A motivação do crime teria sido ciúme, de acordo com a polícia.
Um dos crimes registrados neste ano levantou, inclusive, o debate sobre o monitoramento de pessoas condenadas ou até investigadas por crimes sexuais. Em novembro, Reidimar Silva Santos, de 31 anos, foi preso por estupro, feminicídio e ocultação de cadáver contra Luana Marcelo Alves, de 12 anos.
Ela havia saído de casa para comprar pão, quando foi abordada pelo homem, que é conhecido da família e já havia sido indiciado e absolvido em um caso de estupro. O governador Ronaldo Caiado (UB) visitou a família e prometeu enviar ao Legislativo um projeto para que pessoas com o perfil de Reidimar prestem contas à polícia regularmente.