Abuso psicológico afeta tanto saúde mental das mulheres quanto física, alerta psiquiatra de Anápolis
Vítimas podem desenvolver dependência emocional de agressor, além de transtornos depressivos e de ansiedade
Março é o mês da Mulher, e uma das preocupações está no combate à violência de gênero, uma questão cada vez mais debatida entre a sociedade.
Nesse sentido, Darianne Canedo, médica e professora de psiquiatria na UniEVANGÉLICA em Anápolis, fez uma alerta à população feminina sobre o perigo dos abusos psicológicos, que muitas vezes não são vistos como deveriam.
Em entrevista ao Portal 6, a especialista afirmou que a violência psicológica pode vir ‘mascarada’ como uma sensação de dependência emocional do abusador.
“Ela vai gerando cada vez mais um senso de impotência na mulher, que se sente incapaz de sair do relacionamento com o abusador, entrando nesse ciclo de dependência e o abusador vai se tornando protagonista da relação”.
Dessa forma, as vítimas podem até criar uma falsa sensação de segurança perto do agressor, que assume uma figura de ‘protetor’, ao limitar o que elas podem fazer, falar ou até se comportar.
Darianne também apontou que a dependência emocional não se trata de uma doença por si só. No entanto, ela pode ser sintoma de outros transtornos, como depressão ou ansiedade.
“O abuso psicológico com certeza traz consequências físicas e clínicas para as vítimas. Eles podem refletir como dores de cabeça, dores no corpo e apresentar outros reflexos físicos, como se fosse uma doença, de algo que está acontecendo psicologicamente”.
Como forma de auxiliar no combate à violência contra a mulher, a médica psiquiátrica foi escolhida como madrinha da campanha “Pare a violência contra a mulher”, ativa em Anápolis.
O projeto, apoiado por diversas organizações, incluindo o Portal 6, busca combater, conscientizar e refletir sobre a violência de gênero dentro do município.
Além disso, ele visa criar uma rede de apoio às mulheres anapolinas, incentivando-as a buscar ajuda e proteção, denunciando o agressor à polícia.
“Nós trabalhamos com a prevenção desses abusos. Eu sempre defendo que, quanto mais fortalecida e quanto mais maturidade emocional a mulher tem, menos chances desses abusos psicológicos progredirem para a violência física”, afirmou Darianne.