PL adia eventos com Michelle Bolsonaro após caso das joias

Avaliação de integrantes da sigla é que o caso expôs de forma negativa a esposa do ex-presidente

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Bolsonaro e Michelle
Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. (Foto: Alan Santos/ PR)

CARLA ARAÚJO E STELLA BORGES

BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vai demorar um pouco mais do que o previsto para iniciar suas viagens pelo país para divulgar o PL Mulher, após a repercussão negativa do caso das joias que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao país.

POR QUE VIAGENS DE MICHELLE FORAM ADIADAS?

A avaliação de integrantes da sigla é que o caso expôs de forma negativa a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Michelle é considerada uma aposta pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

O partido também decidiu adiar eventos que realizaria por conta do Dia Internacional da Mulher. Além do desgaste do episódio das joias, a cúpula da legenda também avaliou que seria ruim “competir” com as diversas agendas programadas pelo governo do presidente Lula (PT).

Evento só no dia 21 de março. A expectativa agora é que a cerimônia para marcar a posse de Michelle como presidente da ala feminina da sigla só ocorra em duas semanas. Já as viagens da ex-primeira-dama pelo país devem ficar para o mês de abril.

BOLSONARO POR MAIS TEMPO NOS EUA

A repercussão do caso também fez o PL repensar as estratégias para Bolsonaro. Segundo o colunista Josias de Souza, do UOL, uma ala do partido quer que o ex-presidente fique nos EUA por mais algum tempo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou nesta terça-feira (7) um tuíte em que afirmava que o pai voltaria ao Brasil em 15 de março. Poucos minutos depois, ele pediu desculpas e disse que o retorno ainda não foi confirmado.
Bolsonaro está no país desde dezembro e disse que pretendia voltar ao Brasil em março para “liderar a oposição ao governo Lula”.

PF ABRIU INQUÉRITO PARA O CASO DAS JOIAS

A corporação apura a tentativa do governo Bolsonaro de receber ilegalmente peças da Arábia Saudita avaliadas em R$ 16,5 milhões. O inquérito ficará sob segredo de Justiça e tem prazo inicial de 30 dias para conclusão, com possibilidade de prorrogação caso seja necessário.

As joias foram localizadas com um assessor do governo e apreendidas no aeroporto de Guarulhos (SP) em outubro de 2021. Para estarem em condições legais com a Receita Federal, as joias deveriam ser direcionadas como presente oficial ao Estado, e não para a família Bolsonaro.

Bolsonaro atuou diretamente para trazer os bens e acionou ministérios para reaver as joias. Ele nega irregularidades e afirma que não pediu os presentes. Michelle também ironizou o caso nas redes sociais.

O ex-presidente está com um segundo pacote de joias dado pelo governo saudita trazido de forma ilegal. A informação é do jornal Estado de S.Paulo, que revelou o caso.

Bolsonaro “agiu dentro da lei”, disse, em nota seu advogado, Frederick Wassef. Ele diz que o ex-presidente “declarou oficial os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”.

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