Vereadores cobram explicações de Roberto Naves sobre fazenda de R$ 12 milhões em Porangatu

Líder do MDB, um dos partidos de oposição, José Fernandes destacou que apenas o salário do prefeito não permitiria esse tipo de aquisição

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Vereadores cobram explicações de Roberto Naves sobre fazenda de R$ 12 milhões em Porangatu
Policial Federal Suender, Jakson Charles e José Fernandes, vereadores em Anápolis. (Fotos: Ismael Vieira/Câmara Municipal)

A fazenda de R$ 12 milhões, que familiares de Luiz Carlos Ribeiro da Silva, de 52 anos, disseram à Polícia Civil (PC) ser propriedade do prefeito Roberto Naves (PP) em sociedade com o fazendeiro assassinado em dezembro do ano passado, foi pauta na sessão ordinária da Câmara Municipal de Anápolis desta segunda-feira (10).

A parceria, que também inclui a criação de gados, foi detalhada em depoimentos à Polícia Civil (PC). Reportagem do Portal 6 publicada na última sexta-feira (07) mostrou que tanto o prefeito quanto familiares confirmaram a existência do negócio, registrado apenas no nome de Luiz Carlos.

Na tribuna, o vereador Policial Federal Suender (PRTB) afirmou que diante do que foi apresentado, Roberto deveria prestar explicações à cidade, assim como para os próprios parlamentares. Além disso, reforçou que vai encaminhar um ofício pedindo que Roberto se pronuncie.

“É importante que o Poder Executivo se manifeste, porque fica difícil para o contribuinte, as pessoas que estão lá na ponta analisar isso, e para o Legislativo também. Vou pedir esclarecimentos para que ele tenha o direito de responder”, pontuou, destacando o silêncio adotado pelo prefeito sobre o caso.

Dando continuidade ao assunto, o vereador José Fernandes, líder do MDB, fez um comparativo entre o valor milionário da fazenda adquirida e a média salarial de um prefeito, que seria de cerca de R$ 15 mil mensais líquido.

“Se considerar só os R$ 12 milhões, com esse salário de R$ 15 mil, significa que ele vai ter que trabalhar 800 meses só para isso e não pode gastar nada. Se a gente colocar isso em anos, vai dar 70 anos de trabalho. É no mínimo um investimento de alto risco”, observou.

O parlamentar destacou que, apesar do caso ainda estar sob investigação, Roberto deve explicar como adquiriu o patrimônio, uma vez que em nenhuma das declarações que o prefeito fez à Justiça Eleitoral consta qualquer atividade ligada à agropecuária.

Líder do prefeito na Casa, o vereador Jakson Charles (PSB) ponderou que a compra da fazenda está nas mãos da Justiça e disse que, por enquanto, trazer esta discussão para o Plenário não passa de “discursos politiqueiros”.

“Está nas mãos da Justiça. Se está nas mãos da Justiça, cabe à Justiça apurar os fatos, levantar as verdades e as inverdades, e fazer aquilo que deve ser feito para aplicar a lei naqueles que merecem a aplicação da lei”, declarou.

“O dia que a Justiça enviar para essa Casa a comprovação afirmando que A ou B, seja do vereador ou do prefeito, aí sim nós entraremos com a nossa Câmara Legislativa para tomar as providências cabíveis. Antes disso, na minha opinião, não passa de discursos politiqueiros com o objetivo de denegrir a imagem do prefeito Roberto Naves”, completou.

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