Privados de necessidade básica, feirantes de Anápolis trabalham em situação agonizante

Até mesmo nas feiras cobertas existe o problema e comércios próximos e até igreja já fecharam as portas para não ajudar

Caio Henrique Caio Henrique -
Privados de necessidade básica, feirantes de Anápolis trabalham em situação agonizante
Feirão da Vila Formosa, em Anápolis. (Foto: Captura / Google Maps / Vanderlei Justino)

Feirantes passam grande parte do tempo de trabalho de pé, andando de um lado para o outro na banca, tudo isso por várias horas seguidas.

Naturalmente, é necessário fazer algumas pausas para ir ao banheiro durante a extensa jornada de trabalho. Porém, esse é um “luxo” que esses trabalhadores de Anápolis não estão conseguindo ter.

Isso porque os banheiros químicos, que costumavam ser disponibilizados nas feiras ao ar livre, foram retirados. Sendo assim, 24 das 33 feiras da cidade estão, atualmente, sem nenhum amparo do tipo.

Esse cenário foi tornado público pela Associação dos Feirantes do Município de Anápolis (ASFMAG) e amparado pelo relato de Onízia Ferreira, feirante de 55 anos.

Em entrevista ao Portal 6, ela contou que já tem um tempo que os banheiros químicos deixaram de ser colocados e que a comunidade profissional tentou viabilizar um retorno, mas sem sucesso.

“Era algo muito simples, mas essencial, que tornava a vida de todo mundo mais fácil. Procuramos ajuda para trazer de volta, mas nos disseram que não era uma obrigação da Prefeitura em ofertá-los”, contou.

A situação não se tornou um problema apenas nos ambientes abertos, mas também nos feirões cobertos, que até já possuem os banheiros alocados na estrutura.

Atuante também no Feirão do Recanto do Sol, pelos últimos cinco anos, e no da Jaiara, por três anos, Onízia destacou que, apesar de eles existirem, os locais são “inutilizáveis”.

“Os banheiros não têm portas nas cabines, alguns não têm vaso. Não tem a menor condição de ser usado”, pontuou.

Realidades parecidas podem ser encontradas no Feirão da Vila Formosa e do bairro São Jorge, segundo o ASFMAG.

No caso da Jaiara, a situação é ainda mais crítica, já que o espaço coberto foi destruído pelas chuvas em outubro do ano passado e, desde então, os eventos vêm sendo realizados na Rua Ouro Branco, no mesmo setor.

“Nesse ambiente improvisado não tem banheiro, estávamos usando os da igreja e mercado próximos, mas o pessoal trancou e proibiu a gente de ir para lá. Chega a ser agoniante em alguns momentos do dia, isso tudo sem falar do calor que se acumula”, finalizou a feirante.

A reportagem buscou informações junto a Prefeitura de Anápolis, a fim de saber se existe a intenção de voltar com os banheiros químicos e reformar os já existentes, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. O espaço segue aberto.

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