“Caiado é uma opção pela história e pelo que tem feito ao longo do tempo“, diz Major Vitor Hugo após inegibilidade de Bolsonaro
Ex-deputado federal ainda não decidiu por qual cidade deve sair candidato a prefeito em 2023, mas se mostra animado com as pesquisas em Goiânia e Anápolis
Ex-deputado federal e candidato a governador nas eleições de 2022, Major Vitor Hugo (PL) é o entrevistado da semana do “6 perguntas para”, da seção Rápidas.
Cotado para disputar as prefeituras de Goiânia e Anápolis em 2024, Vitor Hugo abriu o jogo sobre quais serão os próximos passos e como andam as articulações políticas agora que está sem mandato.
Amigo de longa data de Jair Bolsonaro (PL), o político teceu elogios ao ex-presidente e diz contar com o apoio dele para o próximo pleito.
Sobre uma possível candidatura do governador Ronaldo Caiado (UB) à Presidência da República, Vitor Hugo tratou como um “fechamento para a carreira política”.
Para o ex-deputado, além de Caiado, existem outros nomes de destaque na direita e que também podem se credenciar à disputa da Presidência da República.
Os dois políticos citados foram Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
6 perguntas para Major Vitor Hugo
1 – Você chegou a ser um dos principais deputados da República na Era Bolsonaro. Como está sendo sua rotina hoje em dia?
Major Vitor Hugo: Durante o tempo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro eu assumi algumas funções de muita importância como a liderança do governo por quase dois anos na Câmara e a liderança do PSL, que à época era o maior partido. Naquela época, nós aprovamos grandes reformas como a da previdência, a reestruturação dos ministérios, o auxílio emergencial de R$ 600 que ajudou quase 70 milhões de brasileiros. Eu sou servidor concursado da Câmara, sou consultor legislativo. É um concurso raro que só acontece de 12 em 12 anos. O governador Tarcísio e eu fomos aprovados no mesmo concurso, ele foi para a área de transportes e eu para a área de segurança pública e defesa nacional. A minha rotina agora é cuidar da minha família. Eu sou advogado e estou trabalhando para criar novas relações e aprofundar as anteriores para voltar em 2024 e 2026 para continuar contribuindo para a defesa dos ideias e valores que nos trouxeram até aqui. Eu tenho cuidado da saúde, da família, das amizades e das relações políticas para em 2024 e 2026 estar pronto de novo para o combate”.
2 – Você pontua em pesquisas para disputa às prefeituras de Goiânia e Anápolis. Por qual cidade se vê em melhores condições de ser candidato?
MVH: Fiquei muito feliz de ver o resultado das pesquisas eleitorais que foram publicadas em Anápolis e Goiânia, que me colocaram bem posicionado nas duas cidades. Nós temos números internos do PL que nos mostram a mesma coisa. Eu tive mais de meio milhão de votos em Goiás na última eleição, 117 mil votos em Goiânia e 46 mil em Anápolis. Isso nos coloca pronto para concorrer em ambas as cidades e em outras que nós tivemos quase 40% dos votos, como Cristalina, Jataí e Chapadão do Céu. Goiânia e Anápolis me atraem mais. Goiânia por ser a capital do estado e tem importância política e projeção nacional gigante. Anápolis por todo o potencial logístico e econômico que a cidade tem e pelo carinho e pelo jeito que a população sempre me recebeu. Eu também ajudei muito Anápolis quando era deputado federal. Eu ainda não tenho uma resposta objetiva, nós fazemos parte de um grupo que se formou com a eleição no ano passado. Nós elegemos quatro deputados federais, três estaduais e um senador. Temos parcerias e alianças com vários outros políticos em Goiás e, agora, com a vinda do Bolsonaro para Goiânia, na semana passada, nos abriu outra rota de aproximação. Agora é esperar o tempo passar para tomar uma decisão mais madura e bem pensada”.
3. Qual sua relação hoje com os prefeitos Rogério Cruz e Roberto Naves?
MVH: Tenho uma relação que foi construída ao longo do tempo do meu mandato de deputado federal com o Roberto Naves, mandei muitos recursos para lá, quase R$ 15 milhões. Alguns deles mais livre e outros mais amplo. Eu pedi para ele assumir determinados compromissos e ele até agora está cumprindo, como o hospital público veterinário, o primeiro de Goiás que vai ser feito em Anápolis a partir de uma emenda que eu mandei pra lá. Temos uma unidade de cuidados prolongados para idosos. Também ajudei a tentar construir uma solução para o viaduto do Recanto do Sol, ajudei a Base Aérea, com respiradores. Então, a gente acabou se aproximando. Eu não tive uma aproximação maior do Rogério Cruz, embora tenha mandado quase R$ 40 milhões para Goiânia ao longo do mandato. Não tenho nenhuma inimizade, rusga, mas também não nos aproximamos muito”.
4. E com Gustavo Gayer e Márcio Corrêa?
MVH: Gustavo Gayer está fazendo um excepcional trabalho na Câmara dos Deputados, defendendo os valores da direita. A gente se aproximou muito durante a campanha e eu liderei o processo, como presidente do PL, de 180 mil votos em 2018 para mais de 2 milhões de votos em 2022. Admiro muito o trabalho que ele tem feito na Câmara. Sobre o Márcio Corrêa, a gente tem conversado quase toda semana. É um nome de expressão na cidade de Anápolis, tem feito um trabalho bacana de defesa da cidade, já se candidatou a prefeito, a deputado federal e teve votações expressivas, principalmente em Anápolis. É alguém com quem temos conversado, uma pessoa séria, correta e é alguém que queremos no nosso time, independente do que seja a nossa decisão daqui pra frente.
5. Espera contar com Bolsonaro como cabo eleitoral caso dispute as eleições de 2024?
MVH: A minha relação com o presidente Bolsonaro é de amizade antiga, anterior ao mandato dele de presidente e ao meu de deputado federal. A nossa relação de amizade e parceria política tem se aprofundado ao longo do tempo. Eu fui líder do governo dele na Câmara, depois líder do maior partido. Agora fora do mandato eu e ele temos continuado mantendo a nossa proximidade política e amizade. Tenho certeza que todo projeto que a gente encampar aqui em Goiás será com as bençãos, o apoio e a consideração dele. E é lógico que pela liderança política que ele tem. Nesses dois dias dele em Goiânia nós vimos o resultado. Tenho certeza que o apoio dele será importantíssimo para qualquer projeto que a gente venha a abraçar no ano que vem.
6. Caiado quer ser presidente. O que seria necessário para ele ser o candidato de Bolsonaro?
MVH: É legítimo o pleito do Caiado de concorrer à Presidência da República agora. Ele tem uma história, já foi deputado federal, senador, governador por dois mandatos e a primeira candidatura que ele enfrentou foi para a presidente, e em alguma medida seria o fechamento da carreira política dele. A partir da vinda do presidente Bolsonaro para cá abriu um espaço político para que houvesse uma reaproximação minha com o Caiado e agora nós vamos reconstruir as relações com vistas ao futuro, ao planejamento de 2024 e 2026, tanto regionalmente quanto nacionalmente. Se o presidente Bolsonaro, como nós esperamos, não estiver inelegível lá na frente, meu apoio ao Bolsonaro é incondicional, mas mantendo a situação atual e o Bolsonaro não estando elegível, o Caiado é uma opção pela história e pelo que tem feito ao longo do tempo. Nós vamos conversar, eu tenho uma amizade e uma proximidade com o Tarcísio, admiração pelo Zema. Vamos pensar com calma o que é melhor para Goiás e para o Brasil, em relação às três figuras mais proeminentes da direita no país.
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