Após comoção nas redes sociais, jovem enfim consegue vaga para fazer hemodiálise em Anápolis
Paciente, que estava morando no Pará, retornou ao município após a possibilidade de conseguir um transplante com familiares
Jullyane Aguiar Silva é uma anapolina que, após 15 anos morando em outro estado, retornou para Goiás. Porém, o reencontro com a cidade natal não foi nem de longe o que ela esperava.
Isso porque a jovem, de 23 anos, saiu de Itaituba (PA), onde viveu por 08 anos, para encontrar familiares dispostos a doar um rim.
Porém, por diversas semanas, Jullyane se deparou com um problema muito mais básico no serviço de saúde de Anápolis: a incapacidade de realizar hemodiálises. E isso impossibilitou completamente a continuidade do processo de transplante, além de colocar a vida dela em risco.
O drama só começou a mudar após um vídeo dela suplicando pelo tratamento de hemodiálise viralizar na internet e a imprensa passar a repercutir o assunto. Foi só assim que a Prefeitura de Anápolis, que antes lhe negava atendimento, informou na tarde desta segunda-feira (23) a inclusão da jovem no grupo de pacientes atendidos pelo município.
A agonia de Jullyane teve início na gravidez, quando os rins dela pararam de funcionar adequadamente.
“No quinto mês de gestação, tive uma infecção generalizada, que paralisou os meus rins. Tiveram que fazer a cesárea com 8 meses, mas, mesmo após o procedimento, continuei inchada”, contou à reportagem do Portal 6.
“Procurei um especialista, que constatou a lesão e insuficiência renal”, completou.
A situação seguiu piorando e, em março deste ano, foi constatada a falência renal – após Jullyane sofrer com muita falta de ar e também tosse.
Esperanças frustradas
Um sopro de renovação e esperança aconteceu após receber notícias de “casa”, onde familiares anapolinos se colocaram à disposição para um transplante de rim.
Chegando na cidade, porém, foi surpreendida pela incapacidade de fazer hemodiálise – procedimento vital para que ela pudesse sobreviver.
“Fui até a UPA, mas disseram que não podiam fazer nada e eu devia ir no postinho da minha região, lá no Jardim Arco Verde. Estive lá na regulação, mas simplesmente disseram que não tinha vaga”, destacou.
A gravidade do caso se escalou ao ponto da família ter que realizar vaquinhas para pagar as sessões de forma particular, em Goiânia.
“Aqui em Anápolis o valor passava dos R$ 1.500, era completamente inviável. Achamos um pouco mais barato lá [Goiânia] e eu estava indo apenas uma vez por semana, porque é muito caro. Mas isso é suficiente apenas para sobreviver, porque precisaria fazer 3 vezes na semana o procedimento”, explicou.
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Anápolis
A Secretaria Municipal de Saúde informa que o caso da paciente é específico, devido à presença de comorbidade, e requer internação em UTI para o procedimento, a qual estava sendo viabilizada e a internação ocorrerá hoje à tarde.
A paciente será internada no Hospital Evangélico Goiano, unidade da Fundação James Fanstone. Além desta, há contratualização com o Hospital de Doenças Renais e Instituto Nefrológico.