“No Brasil, não somos valorizadas”, diz enfermeira que deixou o país para atuar nos EUA
Moane ainda afirmou que, aos interessados em trabalhar nas terras estadunidenses, basta garantir alguns requisitos
Enquanto, no Brasil, a enfermagem segue com problemas de desvalorização, Moane Oliveira alçou voos internacionais e foi buscar a realização pessoal em Orlando, nos Estados Unidos (EUA).
Há quatro anos morando no exterior, a enfermeira contou ao programa Vem Comigo, do Portal 6, a diferença do tratamento das profissionais por lá, assim como um pouco do processo para atuar na área.
“Tem algumas diferenças. Uma delas é a questão da valorização. Infelizmente no Brasil, a gente não é tão valorizado quanto aqui. Não só o salário, mas a questão da valorização do trabalho feito mesmo”, apontou.
“Aqui, os próprios pacientes nos valorizam mais e os médicos também. Eu tive o prazer de trabalhar no Brasil com bons médicos, que me respeitavam e tudo, mas eu sei que não é a realidade de muita gente”, completou.
Para os brasileiros que sonham em trabalhar com a enfermagem nas terras estadunidenses, Moane adiantou que não é algo impossível, mas que precisa estudar. Afinal, a língua é completamente diferente, sendo necessário aprender um pouco além do básico.
Durante a entrevista, a enfermeira contou que para atuar por lá, é necessário ter primeiramente o “work permit” – documento que permite trabalhar legalmente no país – assim como validar o diploma de formação.
Para exercer algumas profissões, a brasileira conta que é preciso voltar para a faculdade e pegar algumas matérias “extras”, o que não é o caso da enfermagem, já que essa formação no Brasil é ainda mais completa que no exterior.
Assim, após validar o diploma, um outro passo é estudar para o “NCLEX.”, que todos os enfermeiros, até mesmo os que se formaram no país, precisam fazer.
“Eu não vou dizer que é difícil, mas também não vou dizer que é fácil. É um caminho árduo, que se você quiser, precisa percorrer e você vai conseguir. A questão da validação do diploma em si não é algo difícil”, explicou.
Moane já atua como enfermeira em uma grande rede de hospitais do país, mas garante que não vai desistir de correr atrás de um futuro ainda melhor.
“Eu penso em fazer um mestrado, estudar um pouco mais, fazer outros cursos aqui e quem sabe eu não esteja próximo de ser uma “nurse protection” como algumas outras colegas brasileiras aqui já são”, ressaltou.
Pouco conhecida aqui no Brasil, a “nurse protection” é uma espécie de especialização que permite que os enfermeiros façam trabalho semelhante ao dos médicos, mas com algumas limitações. Assim, podem prescrever medicamentos, atender e clinicar.
Assista ao Vem Comigo na íntegra: