Primeira turma formada em IA do Brasil é de Goiás e já ganha mais que 90% da população trabalhadora
Recém-graduados, profissionais já estão sendo requisitados por empresas de todo o mundo
Imagine sair da faculdade com diploma na mão e salários que estão acima da realidade de 95% dos brasileiros. Esta é a realidade de 15 estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), que fazem parte da primeira turma graduada em Inteligência Artificial (IA) do Brasil.
Em conversa com o Portal 6, dois desses recém-formados explicaram os motivos pelos quais eles têm sido tão requisitados por empresas de todo o mundo e recebendo remunerações a partir de R$ 10 mil – valor que os colocam nos 10% mais ricos do país, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Heinz Felipe Rahmig, de 22 anos, atualmente trabalha como Machine Learning Engineer (Engenheiro de Aprendizado de Máquina, em português), e revelou que o assédio por parte das empresas, desde o início, sempre foi intenso.
“Nós sempre tivemos muito contato com o mercado ainda dentro da graduação e, conforme íamos avançando no curso, este contato só aumentava”, explicou o profissional, que já trabalha prestando serviço para três empresas na área.
Segundo o estudante, dentro da universidade existiam projetos que contavam com investimento privado em parceria com o Governo de Goiás, onde este diálogo se tornava ainda mais viável.
Já Heloisy Pereira destacou que startups de todo o mundo enxergam potenciais investimentos nessa área, visto que a IA está intimamente ligada à evolução da tecnologia nos próximos anos.
Ela, que foi a única mulher da turma, e primeira Bacharela em Inteligência Artificial do Brasil, contou que os empresários falavam diretamente com eles antes mesmo do diploma – entregue oficialmente no dia 22 de março, em cerimônia de colação de grau.
“Eles [empresários] estavam sempre nos procurando. Desde o primeiro semestre eles buscavam a gente, falavam ‘quando você formar, me avise'”, evidenciou a profissional de 24 anos.
Heloisy conta que enxergou na IA uma oportunidade de empreender, se tornando a própria chefe.
Ela entrou em sociedade com outros três colegas, com o intuito de criar um setor de tecnologia para uma empresa já consolidada de Call Center a nível nacional.
“A minha primeira opção era ir para o mercado, conhecer um pouco e daqui uns dois anos empreender. Esse era o meu foco, mas aí teve essa oportunidade e eu falei, por que não?”, pontuou. “Naquela época, quando iniciei o curso, a Inteligência Artificial não era tão falada assim. Entrar nessa área foi como um tiro no escuro, mas que também deu muito certo”, completou.
Já Heinz destacou uma visão positiva na formação dentro área, onde explica que, mesmo empregado, nunca parou de receber propostas.
“Hoje eu faço algumas palestras e sempre falo sobre aquela imagem hollywoodiana das máquinas e tudo mais, mas na verdade, a IA está nos pequenos processos que fazemos e nem percebemos”, explicou.
O jovem afirma que a previsão é que tudo se torne interligado à IA com o passar dos anos, e por isso o mercado se mostra tão abrangente e engajado em investir em profissionais especializados nessa área.
Além disso, segundo ele, a projeção é que, em um futuro não muito distante, novos empregos, ainda mais bem remunerados, sejam criados para suprir essa necessidade.