Especialistas apontam sucateamento da saúde e da educação em Anápolis

Profissionais discutiram falta de investimento e planejamento nos serviços durante debate promovido pelo Portal 6 em parceria com os Estúdios Sigma

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Painel de Discussão: Futuro de Anápolis desta terça-feira (10) teve como enfoque o sucateamento da saúde e da educação. (Foto: Elvis Diovany)

No segundo dia do Painel de Discussões, o Portal 6, em parceria com os Estúdios Sigma, preparou uma sabatina focada na saúde e educação pública de Anápolis, na qual, com a presença de especialistas, foram comentados pontos de destaque para melhorar o funcionamento do município.

Entre os nomes presentes nesta rodada de conversa, as professoras Kamylla Borges e Virginia de Melo ficaram responsáveis pela temática de educação. Enquanto o médico infectologista Marcelo Daher, junto ao médico e gestor em saúde Jair Rodrigues, comandaram a bancada de saúde.

Um dos primeiros assuntos abordados no debate foi a pandemia de Covid-19, em 2020, que acarretou uma série de mudanças que, na época, foram implementadas.

Como citado por Marcelo Daher, este foi um período em que medidas de urgência foram tomadas, e, com isso, foram aumentados os efetivos de trabalhadores e infraestruturas.

“Esperávamos que algumas dessas medidas viessem no futuro e fossem mantidas, fossem ampliadas”, apontou o especialista. No entanto, ele destacou que o que realmente aconteceu foi um desmonte da saúde pública.

Ponto também destacado por Jair Rodrigues, que enfatizou que “a cidade não passou por uma adequação” após o período pandêmico.

Já Virginia de Melo relembrou que, dentro da educação, sobretudo, houve uma baixa ainda maior. Com adaptações totalmente improvisadas, sem investimento público, o ensino foi ainda mais afetado.

“O governo não deu um computador, um celular, nenhum incentivo para os professores se adaptarem para trabalhar na pandemia”, complementou.

A raiz do problema

Quando questionada sobre o principal motivo do “sucateamento” desses recursos, Kamylla Borges pontuou a falta de financiamento público.

“Quando o estado não financia, quando não entende que a Saúde e a educação são direitos do cidadão, eles veem como um gasto. Se veem como um gasto, não haverá investimento”, salientou.

Para este problema, o gestor em Saúde Jair Rodrigues sugeriu a privatização desses recursos, mas com um apoio do Estado.

“O governo tem que descentralizar e chamar bons parceiros, mas fiscalizar com eficiência. Quando um município faz um contrato, ele tem que fiscalizar e cobrar, e estar de acordo com o repasse”, pontuou.

Em relação ao assunto, Daher assegurou que a população precisa receber um serviço de qualidade, independente de ser provido pelo estado ou pelas Organizações Sociais (OS’s).

“Eu não acho que falta recurso, falta o melhor uso do recurso. Não observamos esse recurso sendo utilizado da melhor maneira ou com transparência”, pontuou.

Solução para os problemas de Anápolis

Em um consenso, o grupo reconheceu a necessidade de um planejamento, ainda que de formas diferentes.

Marcelo Daher defendeu um projeto a médio prazo, citando quatro anos de mandato como um período aceitável para a implementação.

“O que falta é planejar e ter o desapego”, referenciou o médico, ao relembrar os desmontes que gestões posteriores costumam fazer para se desvincularem de projetos de outros políticos.

Jair Rodrigues também citou a importância de um planejamento, mas com diversos pontos, como um período a ser implementado.

“Precisamos fazer um diagnóstico e criar um planejamento a curto e longo prazo”, disse.

Por fim, o grupo de especialistas destacou a importância do voto nas eleições municipais, pois, somente com este direito, é possível fazer com que a cidade tenha uma real melhora.

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