“Fui treinado para ser gestor e nunca parei”, diz Mabel ao defender unificação de candidaturas em Goiânia

Indicado pelo governador Ronaldo Caiado, pré-candidato é o entrevistado desta semana do '6 perguntas para'

Pedro Hara Pedro Hara -
Sandro Mabel, pré-candidato à Prefeitura de Goiânia, durante entrevista. (Foto: Anna Júlia Steckelberg/Portal 6)

Pré-candidato à Prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel (UB) já escolheu qual será o primeiro problema que enfrentará caso seja eleito: o lixo que se acumula pelas ruas da capital. “Pelo menos o lixo é bem democrático. Tem para todo lado, todo mundo tem o seu lixo”, diz Mabel ao comentar a situação.

Convicto de que não disputaria a eleição neste ano, em janeiro afirmou ao ‘6 perguntas para’ que a decisão seria uma opção pessoal. No entanto, tudo mudou após o convite do governador Ronaldo Caiado (UB), que segundo o próprio estava “sentido por Goiânia”.

Apesar de contar com o apoio de diversos partidos, Mabel ainda não conseguiu fazer aliança com o PL. A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro mantém a pré-candidatura de Fred Rodrigues, que de maneira convicta diz que não abrirá mão da disputa majoritária.

No entanto, ele alerta que a divisão das pré-candidaturas pode fazer com que Adriana Accorsi (PT), vença a eleição. “Se continuarmos dividindo, você pode deixar esquerda ganhar amanhã, e Goiânia ser entregue na mão de uma pessoa que é inexperiente”, pontuou.

A mesma lógica é usada com Vanderlan Cardoso (PSD), dizendo que vai chegar um momento em que o senador “vai cair na realidade” e retirar a pré-candidatura, se mantendo no Senado Federal.

6 perguntas para Sandro Mabel

1. Na última entrevista que deu para o Portal 6, você afirmou que teria sido uma decisão pessoal não participar do pleito neste ano. O que mudou de lá para cá, além do pedido do governador Ronaldo Caiado?

Sandro Mabel: Caiado e Deus, porque o Caiado não convidou, né? Ele me pegou na marra, deu uma ‘orelhada’ em mim e mandou eu entrar na reunião. Falei que antes de decidir precisava perguntar para minha mulher, meu pai, meus filhos e Deus. E acabei aceitando esse desafio.

O Caiado falou com tanto sentimento que ele precisava de um gestor, de uma pessoa que pudesse ajudar. Tão sentido com Goiânia, Sandro, você sabe que Goiânia está ruim. Eu falei: “Ronaldo, eu sei, mas eu? Como é isso?”

Ele disse: “Não tem jeito, preciso de um cara experiente, político, gestor, que tenha coragem.” Resolvemos aceitar o desafio, mas estou feliz em pegá-lo. Não estava no meu plano de vida, mas estou feliz.

2. Em 1992 você foi para o segundo turno contra o Darci Accorsi. Politicamente, o que Goiânia não mudou desde então?

SM: Goiânia cresceu muito nesses 32 anos, mas isso trouxe problemas. Temos sérios problemas de infraestrutura e saúde; o SAMU não tinha ambulâncias em operação e os Bombeiros tiveram que auxiliar. Há 9.000 crianças fora das creches na capital. O desenvolvimento político não acompanhou o crescimento da cidade. Goiânia investe apenas de 2% a 3% da receita própria, e precisamos aumentar isso para 7% ou 8% nos próximos três anos, investindo entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões anualmente.

Na FIEG, transformei um orçamento de R$ 160 milhões, onde apenas R$ 10 milhões eram para investimento e R$ 150 milhões para custeio, em R$ 150 milhões para investimento e R$ 10 milhões para custeio.

Essa é mudança que faremos em Goiânia. É fechar os ralos, aqui não tem ralo, aqui tem bueiro, tem bueiros abertos que sugam um monte de recursos por incompetência, por desvio, por uma série de coisas. Então, na função de gestão, o que aprendi fazer é exatamente isso, caminhar corretamente e otimizar.

Precisamos pensar fora da caixa. No meu gabinete no Paço Municipal, haverá uma placa: “Ao entrar, deixe o ‘não dá’ do lado de fora”, porque aqui tem que dar. Também teremos uma faixa na Prefeitura dizendo “sob nova gestão”.

3. Espera ter o apoio do PL já no primeiro turno?

SM: Eu fui do PL muitos anos, décadas. Fui líder do PL. Eu e o Valdemar da Costa Neto pegamos o PL com 18 deputados. Quando eu estava na liderança junto com o Valdemar na presidência, nós levamos para 51 deputados. Fui um líder que fez o partido crescer muito juntamente com o nosso presidente Valdemar na época.

Goiânia não precisa de uma disputa. Sou um cara de centro-direita, ninguém tem dúvida disso. Eu sempre fui de centro-direita e sempre serei de centro-direita, transito com todos os tipos de político com tranquilidade, mas sou de centro-direita. Todas as minhas ações no Congresso sempre foram de centro-direita. Goiânia, tem um problema hoje que precisa se ganhar a eleição. Tem um candidato que chama Sandro Mabel, que tem uma experiência de 52 anos de treino de gestão. Fui treinado para ser gestor e nunca parei. Temos essa oportunidade de dar esse salto com candidato que tem vontade, que não vai tirar nada por ter uma vida estabilizada, sossegada e que colocará uma grande experiência, pois tenho um trânsito político em Brasília. Eu tenho trânsito político na Câmara, no Senado, no STF, para todo lado tenho trânsito político, porque vivi muito lá, ajudei muita gente, por isso a gente tem um trânsito político deste tamanho com vários partidos e nós podemos caminhar juntos.

Se continuarmos dividindo, você pode deixar esquerda ganhar amanhã, e Goiânia ser entregue na mão de uma pessoa que é inexperiente, pessoa boa, boa candidata como pessoa. Eu particularmente me dou muito bem, só que não tem experiência de gestão, Goiânia não é para amador. Se pegar essa cidade com esse tanto de problema que tem, a Comurg, o IMAS, a saúde que não funciona, ambulância parada, tudo que é problema, lixo na rua, pelo menos o lixo é bem democrático. Tem para todo lado, todo mundo tem o seu lixo, nesse tipo de coisa você precisa ter experiência.

Se nós juntássemos, poderíamos vencer no primeiro turno e já começar a trabalhar. Então para que o egoísmo de querer ser candidato? Para amanhã fazer um nome e ser deputado? Não, a gente ajuda ele ser a ser deputado.

4 . O que gostaria de fazer no seu primeiro dia de mandato?

SM: O principal que vai acontecer desde o primeiro dia é um grande mutirão de limpeza para desencardir essa cidade. Como eu disse, o lixo tá aí para todo mundo, já foi socializado. Todo mundo tem seu lixo. Agora nós faremos um mutirão muito forte. Eu tenho chamado amigos, tenho chamado aqueles que não são meus amigos também. Vocês podem preparar os caminhões de vocês, os funcionários, motoristas, já abastece os caminhões também, vocês vão ter que dar alguma coisa para ajudar Goiânia, a gente precisa fazer uma limpeza geral nessa cidade. Depois a gente vai limpando a cidade e organizando essa coleta do lixo como coletaremos e por isso aí para funcionar.

5. Pesquisas qualitativas apontam que Vanderlan Cardoso possui o perfil que mais se aproxima do que o goianiense quer. Quais as semelhanças e diferenças entre vocês?

SM: Sou mais experiente do que ele, tenho mais idade, tenho mais tempo de gestão e já tomei conta de coisas muito maiores. Tenho mais experiência do que ele, mas ele é um bom gestor também. Quando ele foi para Senador Canedo, eu que levei ele para lá, eu que fiz ele ser perfeito lá. Eu era deputado federal e ele foi prefeito. Eu trouxe muita verba para ele, na área da saúde para fazer maternidade, para asfalto, para tudo. Ele soube gerir esses recursos.

Agora, qual que é a grande diferença que nós temos? Que ele é um senador bom, tá lá no Senado, Presidente de uma comissão importante. Eu votei nele, ele tá pedindo que eu rasgue meu voto para ele vir ser prefeito no lugar que eu posso ser, para que isso? Se nós somos amigos, nós queremos uma cidade melhor, para que ele quer ser prefeito num lugar que posso ser perfeito? Tenho mais experiência de gestão do que ele?

Essa é a nossa grande diferença que ele é um bom senador e eu não sou nada. Ele tá empregado e eu não tô. Deixa ele ir trabalhar. Você vê na propaganda dele dela da televisão. Quantos milhões que ele trouxe para cá, milhões para lá? Ele precisa trazer para Goiânia. Ele quando foi prefeito.
eu levei muito dinheiro para ele lá.

Agora ele tem que trazer um dinheiro para mim aqui, eu como prefeito ele tem que me ajudar também. Acho que o Vanderlan vai cair na realidade em determinado momento para gente poder juntar e ele continuar senador, que é muito importante ele ser senador para Goiás. É o melhor senador que temos disparado. Eu sou amigo dele, eu falo com ele toda semana, nós andamos juntos, nós não temos nenhum tipo de briga nesse sentido. Pode ter certeza que a nossa vida vai ser bem encaixada e ele tem que pegar firme, eleger a mulher dele lá em Senador Canedo.

6. Qual o maior problema hoje de Goiânia e como você pretende resolver?

SM: É o lixo, a sujeira da cidade. 50% da população reclama da sujeira da cidade, eu farei uma faxina nos 100 primeiros dias. Botar 200, 500 caminhões para funcionar e fazer uma faxina na cidade. Esse é o principal problema.

Também a iluminação pública. Aqui no Centro você não percebe tanto, mas vai para o bairro para você ver aquelas luzes de mercúrio, vapor de sódio é ultrapassado. Você tem que passar isso tudo para LED. É uma coisa que é rápida e fácil fazer. Por que não sai? Porque os caras quer fazer negócio em cima disso.

Então, o primeiro problema, a primeira coisa que eu vou mexer é com o lixo. Limpar esse lixo, regularizar a coleta e acertar quem vai coletar, se é a Comurg, se essa empresa que tá aí.

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