Municípios goianos possuem até 16% das crianças registradas sem nome do pai

Programa da Defensoria Pública busca aumentar reconhecimento de paternidade em Goiás; saiba como se inscrever

Augusto Araújo Augusto Araújo -
datas de nascimento
Certidão de Nascimento. (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Um alerta se acende em Goiás no mês de agosto, com a chegada do Dia dos Pais. Isso porque diversos municípios goianos apresentam um alto índice de crianças registradas sem o nome da figura paterna.

Conforme levantamento da Defensoria Público do Estado de Goiás (DPE-GO), são 12 cidades em que essa porcentagem ultrapassa os 10%.

No “pódio” desse ranking, feito com base em dados do Portal da Transparência de Registro Civil, está Águas Lindas de Goiás (16,24%), Santo Antônio do Descoberto (15,98%) e Serranópolis (15,03%).

Os demais municípios listados foram:

  • Colinas do Sul – 12,20%
  • Novo Gama – 12,083%
  • Valparaíso de Goiás – 11,92%
  • Monte Alegre de Goiás – 11,76%
  • Aparecida do Rio Doce – 11,58%
  • Luziânia – 11,02%
  • Aruanã – 10,58%
  • Simolândia – 10,50%
  • Davinópolis – 10,46%

Acessando o Portal da Transparência, a reportagem do Portal 6 também levantou os dados de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Foram levados em consideração registros feitos a partir de 1º de janeiro de 2016 até 08 de agosto de 2024.

A capital foi a que registrou o menor índice de pais ausentes, 4,3%. Foram 210.195 nascimentos neste intervalo de tempo e 9.103 crianças sem o nome paterno nas documentações.

Já Anápolis aparece na sequência, com 53.038 registros e 3.487 filhos sem a nomeação do pai – cerca de 6,5%.

Por fim, Aparecida de Goiânia teve o maior percentual, com aproximadamente 7%. Foram 61.859 nascimentos, sendo que 4.348 destas crianças estão com o pai ausente.

Vale destacar que, em Goiás, foram registradas 709.906 crianças nesse período. Destas, o nome paterno não constava em 38.487 documentações.

Reconhecimento

De forma a tentar reduzir esse número, a DPE deu início à iniciativa Meu Pai Tem Nome, que promove sessões para que a paternidade seja reconhecida, independente se o filho for criança ou adulto.

Conforme o defensor público Bruno Malta, que coordena o programa, “o objetivo principal é assegurar que cada pessoa tenha seu pai/mãe biológico ou socioafetivo registrado em sua certidão de nascimento/casamento, promovendo o reconhecimento legal e afetivo dessa relação”.

As inscrições podem ser realizadas via WhatsApp, em todas as cidades goianas, ou presencialmente nas unidades da DPE-GO (Unidade Marista – Goiânia, Unidade Anápolis, Unidade Aparecida de Goiânia, Unidade Inhumas, Unidade Trindade, Unidade Valparaíso de Goiás e Unidade Luziânia) e Unialfa.

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