Especialista aponta como goianos podem evitar dívidas no cartão de crédito

Levantamento apontou que 68,1% da população de Goiânia está endividada

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Endividamento aumenta entre as famílias em março
Endividamento atinge quase 80% da população (Foto: Joédson Alves / Agência Brasil)

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) identificou o culpado pelas dívidas brasileiras: o cartão de crédito. De acordo com levantamento realizado em julho, 86% do total de devedores possuem pendências pela modalidade. Em Goiânia, 68,1% da população se encontra endividada.

Embora a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) tenha apontado redução no endividamento pela primeira vez desde fevereiro, o índice segue alto, com 78,5% dos brasileiros devedores. A diminuição foi de 0,3% em relação a junho.

Diante do cenário, o Portal 6 consultou a graduada em economia pela PUC-Rio e especialista em planejamento financeiro certificada pela Planejar, Letícia Camargo, que destacou o que levou ao cenário e como sair dele.

“Ainda é um efeito da pandemia. Muita gente perdeu o emprego ou trabalhou menos na época da pandemia, e isso dificultou muito a questão da receita. Portanto, a pessoa acabou se endividando”, apontou. Posteriormente, com a alta da inflação e, consequentemente, nas taxas de juros, as parcelas no crédito ficaram mais elevadas, explicou Letícia.

Enquanto o cenário nacional tenha impactado as finanças, a especialista também destaca que a falta de planejamento é um sério problema entre os brasileiros. “Infelizmente, poucas pessoas fazem esse tipo de controle”.

Letícia afirma que há uma pequena parcela que tem o costume de listar as despesas, porém, somente as recorrentes, como aluguel, plano de saúde, gastos com educação, entre outras. Porém, essas pessoas não sabem quanto despendem com despesas picadas, como supermercado, farmácia e roupa, o que leva aos limites extrapolados. “Então, ela acha que está controlando, mas o controle dela não é o suficiente”, disse.

Boas práticas

“As pessoas falam que é chato, mas comer direitinho também é chato, fazer exercício é chato, fazer exames periódicos é chato, dormir cedo e ter um bom sono é chato. Cuidados que a gente tem que ter na nossa saúde física e mental, a gente também precisa ter na nossa saúde financeira”, reforçou.

A planejadora financeira destaca que é preciso, antes de mais nada, estabelecer a renda e como os gastos serão divididos dentro do orçamento. Este momento também é oportuno para cortar gastos desnecessários e colocar limite nos itens supérfluos. “Muitas vezes parece que a pessoa gasta como se o dinheiro fosse infinito. Como se a fatura não fosse chegar”.

Então, ao longo do mês, Letícia aponta para a necessidade de acompanhar as finanças ao longo do mês, para evitar chegar ao final e ver a conta em vermelho. Assim, o ideal seria, semanalmente, estabelecer um orçamento e fazer a balança do que foi cumprido ou extrapolado.

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